Os novos dados divulgados ontem pelo IBGE permitem concluir que, entre janeiro e setembro de 2019, o abate de frangos em estabelecimentos sujeitos a algum tipo de inspeção sanitária (federal, estadual ou municipal) permaneceu praticamente estável em relação a idêntico período de 2018, já que o volume registrado – 10,151 milhões de toneladas – foi apenas 23,8 mil toneladas (ou 0,29%) menor.

O que se constata, no entanto, é que tal redução não decorreu de queda no número de cabeças abatidas. Pois embora tenha sido registrado recuo em relação ao mesmo mês do ano anterior em seis dos nove primeiros meses de 2019, o total abatido no período – 4,332 bilhões de cabeças – aumentou 1,17%.

Em outras palavras, o que ocasionou a queda no volume de carne produzida foi o peso médio das aves criadas. Pois, nesses nove meses, em apenas uma ocasião (março) registrou-se peso médio maior que o do mesmo mês do ano anterior. Ainda assim, com aumento mínimo – 0,29%.

O que, à primeira vista, poderia ser interpretado como queda de produtividade, na verdade é reflexo da situação do mercado. Ou seja: tudo indica que nesses nove meses a produção esteve mais bem ajustada às necessidades do mercado, o que possibilitou a saída das aves para o abate na idade certa, sem delongas que resultam apenas no aumento do peso médio.

Essa, por sinal, foi a situação experimentada pelo setor em boa parte de 2018 em decorrência da greve dos caminhoneiros: como os abates foram paralisados, os frangos permaneceram nas granjas além da idade ideal e o resultado foram recordes sucessivos no peso médio. Em junho/18, o peso médio registrado – 2,471 kg – ficou quase 5% (mais de 108 gramas) acima da média registrada nos cinco meses anteriores.

A ressalvar que, embora façam referência específica a frangos, os abates inspecionados levantados pelo IBGE incluem reprodutoras e poedeiras.

Fonte: AviSite