CATI Regional Barretos: estações meteorológicas beneficiam populações rural e urbana

CATI Regional Barretos: estações meteorológicas beneficiam populações rural e urbana

Em meio às cada vez mais frequentes intempéries climáticas ou aos “climas extremos” como meteorologistas têm classificado ocorrências como geadas, estiagem e chuva em intensidade, períodos e locais distintos dos regulares para tais fatos, os produtores rurais e a população urbana de dez municípios paulistas da área de abrangência da Coordenadoria de Assistência Técnica Integral (CATI Regional Barretos) têm nas estações meteorológicas uma importante ferramenta para a tomada de decisões, prevenção e controle de danos.

Cinco unidades de estações foram instaladas nos últimos três meses nos municípios de Altair, Bebedouro, Jaborandi, Terra Roxa e Viradouro – que somam-se às cinco instaladas anteriormente – são fruto da parceria da Secretaria de Agricultura e Abastecimento, por meio da CATI e do Instituto Agronômico (IAC-APTA); da Fundação de Apoio à Pesquisa Agrícola (Fundag); do Comitê da Bacia Hidrográfica (CBH) do Baixo Pardo Grande; do Fundo Estadual de Recursos Hídricos (Fehidro) e de prefeituras municipais.

“Em nossa região, esses equipamentos têm sido instrumentos valiosos para os produtores rurais e os municípios. Em 2008, iniciamos a articulação entre as entidades e o poder público municipal para elaboração de projetos para viabilizar recursos para a instalação. Como forma de incentivar as ações viabilizamos a instalação de uma estação no município de Guaíra, com recursos do Projeto Microbacias II, executado pela CATI. A partir daí, por meio da Fundag e do CBH do Baixo Pardo Grande foi possível obter recursos do Fehidro, o que resultou na instalação das 10 estações em operação na região”, explica Rolando Salomão, diretor da CATI Regional Barretos. Ele destaca que o sucesso da ação se deve também ao trabalho de sensibilização dos produtores sobre a importância dos dados gerados, o que levou diversos proprietários a cederem espaço em suas propriedades para instalação dos equipamentos.

Segundo João Amadeu Giacchetto, engenheiro agrônomo que iniciou e acompanha as ações na CATI Regional Barretos, junto com Dalmo Gomes, da Casa da Agricultura local, as leituras são feitas diariamente, a cada 20 minutos, e as informações geradas são representadas por gráficos e tabelas, retratando períodos específicos do clima.

“Assim, é possível constatar características e anomalias meteorológicas como seca, estresse térmico, balanços hídricos e fazer alguns prognósticos para planejamento agropecuário; informações extremamente relevantes para que os produtores possam manejar plantio, tratos culturais, colheita e a pecuária, de forma a se resguardarem ou minimizarem prejuízos causados por intempéries climáticas”, comenta Giacchetto, acrescentando que os dados são essenciais também para o planejamento de ações da extensão rural, inclusive para instalação de novas atividades agropecuárias.

Prefeita municipal de Barretos e presidente do CBH do Baixo Pardo Grande, Paula Lemos avalia que todos ganham com os equipamentos. “As estações meteorológicas nos ajudam em várias questões. Aqui, é uma região agro por natureza, então os produtores rurais terem acesso ao conhecimento meteorológico como, por exemplo, quando e quanto irá chover, os ajuda a pensar nas perspectivas da produção. Mas também nos ajuda a tomar decisões na área de defesa civil, para nos prepararmos para momentos como os que, infelizmente, ocorreram no início do ano em nossa cidade, com muitos estragos por conta de chuvas intensas”.


Estação Meteorológica de Bebedouro

Em Bebedouro, cidade de cerca de 78 mil habitantes, a qual tem a agropecuária como base da economia, a instalação da primeira estação meteorológica só foi possível pela união de esforços entre todas as entidades, o poder público municipal e a disponibilidade do produtor João Roberto Gasperini.

Além de ceder espaço no sítio Bela Fonte − onde cultiva mandioca, soja, sorgo e abóbora −, Gasperini construiu a base estrutural para implantação da torre e dos equipamentos. “Quando fui procurado pelos técnicos da CATI, logo vi a relevância de se ter uma estação em nosso município, e entendi que, como produtor rural, poderia ajudar cedendo o espaço e a estrutura, pois os equipamentos devem ser instalados em área bem aberta, para que as medições sejam adequadas. Como produtor, só tenho a agradecer por essa oportunidade e pelo acesso a esses dados que nos são disponibilizados de forma simples pelos técnicos da Casa da Agricultura, o que facilita o entendimento, e nos ajudam a tomar decisões na área da produção e conservação do meio ambiente. Por isso, incentivo a outros produtores: se forem procurados pela CATI, cedam espaço para implantação de uma estação, pois só temos a ganhar”.

Inaugurada no último dia 20 de junho, a estação está em operação e os dados já estão sendo usados, inclusive pela Defesa Civil do município. “Com os dados conseguimos prever várias ocorrências, como ondas de frio intenso e decidir o que será feito para diminuir os problemas na cidade, bem como organizar operações como as voltadas aos moradores de rua. Por isso, podemos afirmar que o alcance e a aplicabilidade das informações meteorológicas geradas por essas estações e disponibilizadas para toda a sociedade vão muito além do campo”, ressalta Márcio Martins, presidente da Defesa Civil de Bebedouro.

Para Orivaldo Brunini, diretor-presidente da Fundag e pesquisador aposentado do IAC, a participação dos produtores é crucial para que o sistema avance e toda a cadeia produtiva seja beneficiada. “O envolvimento dos produtores tem sido grande, o que é muito bom. Eles têm entendido que o acesso às informações, principalmente àquelas que balizem ações geradoras de sustentabilidade agrícola e prevenção de danos causados por questões climáticas adversas, garante melhoria da qualidade de vida com conservação do meio, especialmente nas questões ligadas aos recursos hídricos, como é o caso do manejo de água para irrigação”.  

Durante a inauguração  que contou com a presença de extensionistas da CATI e técnicos de prefeituras da região que participaram de curso on-line organizado pela Fundag, a qual abordou temas abrangentes sobre agrometeorologia , Romilson César Moraes Yamamura, do IAC/Apta, técnico responsável pela instalação e manutenção da rede de estações meteorológicas no Estado, mostrou as funções de cada equipamento e como é realizada a leitura.


Rede Data Clima: sistema on-line de informações agrometeorológicas oferece suporte à agropecuária paulista

As estações meteorológicas fazem parte da Rede DataClima, que integra o Centro Integrado de Informações Agrometeorológicas (Ciiagro), da Secretaria de Agricultura e Abastecimento.

Por meio dela, são disponibilizas a série de dados climáticos históricos do IAC  um dos maiores acervos do gênero no país  e informações on-line, as quais permitem monitorar fatores como chuva, umidade relativa do ar, temperatura, entre outros dados, em todo o âmbito paulista, que conta, atualmente, com 239 estações instaladas em diversas regiões.

Integrante da Rede DataClima e responsável pelas ações na CATI, Antoniane Arantes explica que as estações meteorológicas reúnem dados para análise do tempo e registro das variáveis meteorológicas e climáticas, sendo instrumentos eficazes que geram informações essenciais para nortear tanto a produção agrícola, como ações do poder público em ações emergenciais nos locais atingidos por ocorrências climáticas.  

“O trabalho de monitoramento do clima é fundamental para a promoção de uma agricultura mais sustentável, realizada com precisão e que garanta segurança alimentar com conservação do meio ambiente. O objetivo com a instalação das estações meteorológicas é que todas as entidades envolvidas e sociedade de modo geral tenham um sentimento de pertencimento, entendendo a importância do serviço prestado e não veja apenas um equipamento isolado, mas se aproprie dos dados gerados, tanto no meio rural como no urbano. Os dados armazenados mostram o nosso passado ao mesmo tempo em que nos ajudam a projetar o futuro, tanto das atividades do setor agropecuário como das cidades, prefeituras e de entes envolvidos”.


Como acessar os dados das estações meteorológicas da Rede DataClima

Os dados gerados pelas estações meteorológicas podem ser acessados por município, via link http://www.ciiagro.org.br/ema/

Para mais informações sobre as estações meteorológicas, procure a Casa da Agricultura ou a CATI Regional mais próxima.

Para mais informações sobre o Ciiagro, acesse: http://www.ciiagro.sp.gov.br/

Por Cleusa Pinheiro – Jornalista – Centro de Comunicação Rural (Cecor)/CATI/SAA – cleusa.pinheiro@sp.gov.br

Fonte: Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo

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