Evento, que irá premiar os melhores queijos artesanais do país, tem levado produtores paulistas a mostrar o que fazem de melhor
No estado de São Paulo, a produção de queijos artesanais tem ganhado cada vez mais relevância, especialmente com o desenvolvimento de iniciativas voltadas para regulamentação e valorização do setor. Produtores paulistas têm investido na qualidade e na inovação, combinando técnicas tradicionais com novas abordagens que atendem às exigências do mercado. Exemplo disso é Luzita Camargo, da Cabanha Mulekinha, de Ibiúna, que se inspirou na queijaria espanhola para investir em sabores inovadores.
“Fiz vários cursos e hoje produzo, inclusive, queijos sem lactose. Minha preocupação com a qualidade é tão grande que busquei a certificação de propriedade livre de brucelose e tuberculose para que o consumidor tenha confiança em nossos produtos. Vou participar do prêmio para mostrar o diferencial do setor queijeiro paulista”, frisou a mestre queijeira Luzita Camargo, que possui Selo Arte, para vender seus produtos em todo o estado de São Paulo, e está preparando a inscrição para o Prêmio Brasil Artesanal 2025 – Queijo, da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA).
Das 197 queijarias artesanais hoje, no estado de São Paulo, há muito o que se saborear. A criação do Selo Arte e a flexibilização das normas sanitárias para os queijos maturados ajudaram a impulsionar esse crescimento, permitindo que os produtos paulistas conquistem espaço tanto no mercado interno quanto em exportações. A diversidade climática e a variedade de raças leiteiras também contribuem para a produção de queijos de características únicas no estado. Outro fator importante para o fortalecimento do setor foi a criação da Associação Paulista do Queijo Artesanal (APQA).
E é exatamente esse diferencial que as queijarias querem mostrar. A ex-gerente financeira Martina Sgarbi, da QJO Martina, que abandonou a área urbana e decidiu investir no ramo que o diga. Assim como Luzita, buscou sempre uma regulamentação que atendesse os pequenos produtores, que começam com apenas uma vaca. Ela acredita que premiações como essas ajudam a dar visibilidade a um trabalho excepcional que vem sendo feito pelos pequenos produtores em prol da queijaria brasileira.
“Quero, além de produzir os queijos com qualidade e diferenciados, atender os clientes em uma experiência gastronômica. Espero este ano ainda abrir um espaço em Parelheiros, na capital, para aproximar os moradores de produtos únicos. Quero ajudar em cursos de fabricação e dar cursos de harmonização, também, onde tenho certificados internacionais. O meu propósito é o queijo artesanal, sem químicas e conservantes. Um alimento vivo!”, explicou Martina.
Premiações nacionais e internacionais são fundamentais para consolidar o setor de queijos artesanais, pois conferem reconhecimento à qualidade dos produtos e elevam sua visibilidade. Eventos como o Prêmio Queijo Brasil e o Mondial du Fromage, na França, destacam a cadeia brasileiros no cenário global, aumentando a valorização dos queijos nacionais e impulsionando sua comercialização. Essas conquistas incentivam melhorias na fabricação, estimulam a adoção de boas práticas e elevam a percepção do consumidor sobre o valor dos queijos artesanais. Com isso, ganham mais espaço no mercado, garantindo a sustentabilidade da atividade e fortalecendo a cultura queijeira no Brasil.
“O Prêmio da CNA é sempre um fator de reconhecimento e visibilidade. No caso da queijaria, tenho certeza, irá impulsionar todo o setor, apresentando produtos únicos e inspiradores. Estimular a arte dos queijeiros é fundamental para atender a uma demanda cada vez mais ávida por sabores e texturas especiais, ajudando na rentabilidade das propriedades”, disse o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo (Faesp), Tirso Meirelles.
Prêmio Brasil Artesanal
A segunda edição do Prêmio Brasil Artesanal 2025 – Queijo, da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), está com inscrições abertas até o dia 06 de Maio. A premiação será em três categorias – tradicional (de 30 a 180 dias de maturação), tratamento térmico e com adição de aromatizantes e condimentos. Os cinco finalistas das três categorias, de acordo com o regulamento, serão premiados com certificado e valores em dinheiro. Os três primeiros ganharão selos Ouro, Prata e Bronze. O cronograma está disponível no edital do concurso.
Galeria – Martina Sgarbi, da Qjo Martina






Fonte: FAESP