Projeto desenvolvido em parceria com a Fapesp e a Sabesp cria método para detectar cianobactérias em reservatórios
Reunião de apresentação de resultados
Os resultados do projeto de pesquisa intitulado “Aplicação de metodologia alternativa para quantificação de cianobactérias em mananciais de usos múltiplos do Estado de São Paulo” foram apresentados no dia 16 de maio à equipe da Sabesp, em reunião presencial realizada no espaço AptaHub, na unidade da Vila Mariana. O estudo foi coordenado pela pesquisadora científica Cacilda Thais Janson Mercante, do Instituto de Pesca (IP-Apta), da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo.
A pesquisa, que integra o Programa de Apoio à Pesquisa em Parceria para Inovação Tecnológica (PITE) da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), teve início em 2021 com a assinatura de um convênio entre a Fundação, a Sabesp e o IP. Após 3 anos e 8 meses de trabalho, os resultados finais já apontam para contribuições significativas na gestão da qualidade da água nos reservatórios paulistas.
A equipe multidisciplinar é formada por instituições nacionais e internacionais, incluindo a Universidade Estadual Paulista (Unesp), de São José do Rio Preto; a Universidade Federal do Paraná (UFPR), de Palotina; a Universidade Guarulhos (UNG); o Instituto de Pesquisas Ambientais (IPA); a empresa dinamarquesa DHI Water & Environment; e a Universidade de Copenhague (UCPH), da Dinamarca.
O projeto utilizou os princípios da quimiotaxonomia, uma técnica que analisa os pigmentos naturais de plantas, algas e cianobactérias para identificar diferentes grupos. Para isso, empregou a cromatografia líquida de alta eficiência, que, por meio de um equipamento denominado cromatógrafo, pode separar e medir a concentração dos pigmentos presentes nas amostras ambientais coletadas na água. Com essa abordagem, foi possível identificar e quantificar grupos fitoplanctônicos – que são microrganismos que fazem fotossíntese, como as cianobactérias – encontrados em reservatórios paulistas de usos múltiplos.
Importância da pesquisa
De acordo com João Alexandre Saviolo Osti, professor da UNG e um dos colaboradores do projeto de pesquisa, a forma como os mananciais são geridos tem impacto direto na ocorrência e na intensidade da floração de cianobactérias. “Fatores como a urbanização, o aumento das terras agrícolas e do próprio clima dificultam o controle de cargas excessivas de nutrientes, como o nitrogênio e o fósforo, que resultam na eutrofização (acúmulo elevado de substâncias na água) e na consequente floração de cianobactérias (a água adquire um aspecto esverdeado, semelhante a um ’tapete verde’ ou ’sopa de ervilha’)”, explica.
Segundo Cacilda Thais Janson Mercante, as florações de cianobactérias são reconhecidas como uma preocupação ambiental, pois algumas liberam toxinas, chamadas cianotoxinas, que são perigosas para a saúde humana e animal. “A metodologia alternativa permite uma detecção mais rápida e eficiente dessas ocorrências, auxiliando gestores na tomada de decisões para a manutenção da qualidade da água”, finaliza.
Este projeto integra e busca atender à Agenda 2030 da ONU para o Desenvolvimento Sustentável, que inclui o Objetivo de Desenvolvimento Sustentável 6 (ODS 6), que, dentre outros, reconhece a importância de proteger e restaurar os ecossistemas relacionados com a água (meta 6.6), melhorar a qualidade da água dos ambientes (meta 6.3) e proporcionar água potável segura e acessível para todos (meta 6.1).
Além dos benefícios ambientais, o projeto também estimula a formação de recursos humanos, ao envolver estudantes de graduação e pós-graduação, e contribui para o aprimoramento da capacidade técnica e científica das instituições envolvidas. Os dados foram coletados em 21 mananciais do estado de São Paulo.
Por Andressa Claudino
Instituto de Pesca
O Instituto de Pesca é uma instituição de pesquisa científica e tecnológica, vinculada à Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (Apta), da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, que tem a missão de promover soluções científicas, tecnológicas e inovadora para o desenvolvimento sustentável da cadeia de valor da Pesca e da Aquicultura.
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Fonte: Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo