Reunião em março irá unir representantes do setor agropecuário para analisar as ações de 2024 e preparar uma pauta de medidas urgentes para 2025
No ano passado, os incêndios devastaram vastas áreas agrícolas no estado de São Paulo, causando prejuízos de cerca de R$ 3 bilhões aos produtores rurais. A grande quantidade de dias com temperatura acima de 30 graus, combinada com a baixa umidade e ventos fortes, criaram um ambiente propício para a propagação do fogo. O impacto foi severo em plantações de cana-de-açúcar, café e outras culturas, comprometendo a produção e afetando diretamente a economia da região.
Para se antecipar ao período do Inverno, quando há maior ocorrência de incêndios, a Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo (Faesp) irá reunir entidades do setor agropecuário em um evento no dia 10 de Março. A proposta é buscar alinhamento sobre as ações realizadas durante o episódio de 2024 e seus resultados, discutir as necessidades técnicas e regulatórias para o melhor enfrentamento do período de seca e pautar as ações institucionais a serem endereçadas aos órgãos competentes, como a Defesa Civil e o Ministério Público, entre outros.
“Em tempos de mudanças climáticas, não podemos ficar esperando para ver o que irá acontecer no período mais seco. É preciso unir as forças em busca de um projeto que proteja a produção rural, assim como evite perdas humanas. A Faesp sempre se coloca à disposição para unir todos os elos da cadeia do agro e buscar soluções junto ao governador Tarcísio de Freitas, assim como a instituições como o Ministério Público. Não podemos ter mais perdas como em 2024”, frisou Tirso Meirelles, presidente da Faesp.
É essencial adotar medidas preventivas e fortalecer a fiscalização. A ampliação de brigadas de combate ao fogo, a implementação de aceiros (faixas de terra sem vegetação que impedem a propagação das chamas) e o uso de tecnologias de monitoramento, como sensores e satélites, podem ajudar a detectar focos de incêndio rapidamente. Além disso, campanhas de conscientização são fundamentais para evitar situações que levem ao risco, como jogar ponta de cigarro nas margens de rodovias, queimadas irregulares e descarte inadequado de materiais inflamáveis.
Segundo informações da Secretaria de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística do Estado de São Paulo (SEMIL), entre julho e outubro de 2024 houve ocorrência de incêndios em 9.840 áreas, em mais de 300 municípios paulistas. O fogo consumiu um total de 1,2 milhão de hectares, com impacto direto em cerca de 28.400 propriedades rurais só no estado de São Paulo.
Fonte: FAESP
