Baseando-se nos preços dos dois principais exportadores mundiais, Brasil e EUA, o Índice de Preços da FAO para a carne de frango acompanha muito de perto as variações registradas pelo produto brasileiro, já que este responde pela maior parcela do comércio internacional. Entretanto, ao longo do tempo, as perdas do Brasil vêm sendo maiores que as apontadas pelo Índice FAO.
Em fevereiro passado, por exemplo, o Índice FAO para a carne de frango alcançou 116,2 pontos (2014/2016 = 100), ficando cerca de 2,5% (2,83 pontos) acima do valor registrado dois anos antes (113,37 pontos).
Pois nesse mesmo espaço de tempo o produto brasileiro sofreu desvalorização superior a 5%, já que seu preço médio recuou de US$1.887,30/tonelada em fevereiro de 2023 para US$1.785,80/tonelada no mês passado.
Na verdade, o Índice FAO só se mantém positivo graças aos preços alcançados pelos EUA que, apesar de enfrentarem retrocesso nas exportações, vêm obtendo preços continuamente crescentes há pelo menos um ano. Assim, comparativamente aos valores registrados em fevereiro de 2023, fecharam o último mês registrando incremento de quase 25% no preço do produto.
Naturalmente, parte das perdas enfrentadas pelo Brasil estão relacionadas também à desvalorização do real. Assim, por exemplo, comparado o preço de fevereiro último com o de janeiro de 2024, obtém-se, em dólar, valorização que não chega a 3%. Já na moeda brasileira o ganho superou os 27%, mais que o dobro da valorização observada com o frango abatido resfriado comercializado no mercado interno (+12,7%)

Fonte: AviSite