Em seu Rabo Research 2025, o Rabobank observa que, no comércio global avícola, a participação da carne de frango pode ser subdividida em diversas categorias. E descreve que a maior parte do comércio está concentrada na carne escura (todos os cortes do frango, excetuada a carne de peito), responsável por 52% de um movimento total estimado em US$52 bilhões (2023). Os 48% restantes estão distribuídos entre os processados (22%), a carne de peito (15%) e o frango inteiro (11%).
Parte fundamental do comércio global baseia-se na otimização do diferencial de custos entre regiões (com Brasil, Ucrânia e EUA produzindo ao menor custo) e o atendimento das preferências do consumidor. Assim, por exemplo, os consumidores dos mercados ocidentais – como União Europeia, EUA, Canadá, Austrália e Reino Unido – têm relativa preferência pelo peito de frango e seus subprodutos.
Já outros mercados – especialmente os da Ásia, mas também os da América Latina e da África – demonstram maior preferência pela carne escuras e seus subprodutos, o que inclui pernas, pés e asas de frango. O desafio dos exportadores – conclui o Rabobank – é equilibrar a oferta do produto com as diferentes preferências mundo afora.
Os itens exportados pelo Brasil
O gráfico abaixo à esquerda reproduz, percentualmente, a distribuição da receita cambial proporcionada pelos quatro principais itens de carne de frango, conforme o Rabobank (2023). Já o gráfico abaixo à direita reproduz, ainda que aproximadamente, essa mesma distribuição nas exportações brasileiras de 2024, a partir dos dados divulgados pela SECEX/MDIC.
O Brasil – diz o Rabobank – é líder mundial também na exportação do frango inteiro. Assim, justificam-se os oito pontos percentuais acima da média global.
Na exportação do peito de frango, o Brasil está quatro pontos percentuais abaixo da média global. Mas na prática esse índice é maior, porque há significativa exportação de um corte contendo, em uma única peça, peito, coxa e sobrecoxa.
Como esse item está incluso na carne escura, o percentual apontado no gráfico (66%) é menor, aproximando-se do índice registrado no comércio global.
O que destoa, de forma aguda, é a participação dos processados na produção brasileira: apenas 4% da receita cambial auferida pela carne de frango exportada em 2024. Assim, enquanto no comércio mundial os processados faturaram perto de US$17 bilhões (52% de um total de US$32,5 bilhões – indica o Rabobank), no Brasil esse faturamento ficou resumido a menos de US$400 milhões.
Fonte: AviSite