A piscicultura brasileira, que desempenha um papel fundamental na economia nacional, tem se mostrado cada vez mais relevante, especialmente nas regiões como o Estado de São Paulo, que abriga diversas áreas produtivas. Recentemente, em Ubarana, um incidente alarmante trouxe à tona a vulnerabilidade do setor: uma mortandade de mais de 30 toneladas de peixes em cultivo em tanque-rede, ocasionada por um fenômeno conhecido como eutrofização. Esse fenômeno, que resulta no aumento dos nutrientes na água, promove o crescimento excessivo de algas e cianobactérias, afetando gravemente a saúde dos peixes. O prejuízo gerado foi superior a R$ 1.000.000,00, sem contar os danos ambientais significativos.
A pergunta que surge, então, é: existe uma forma de proteger financeiramente os piscicultores contra esse tipo de perda? É possível contar com seguros rurais e agrícolas que atendam a essas necessidades específicas? Para discutir essas questões, conversamos com Tiago Branzan, especialista em seguros rurais e agrícolas, que compartilhou sua visão sobre os desafios e as possíveis soluções para esse segmento.
Durante a entrevista, Branzan explicou que, embora o mercado de seguros para a piscicultura esteja em desenvolvimento, ainda existem lacunas importantes a serem preenchidas para garantir uma cobertura eficaz. “As seguradoras já avançaram em algumas frentes, mas, para que possamos elaborar um seguro que cubra adequadamente as perdas do setor, é necessária mais informação detalhada”, afirmou.
De acordo com o especialista, informações essenciais como a localização geográfica precisa (que pode ser obtida por meio de ferramentas como o Google Earth), fotos atualizadas dos tanques, além de dados sobre dimensões, capacidade de produção, faturamento e histórico de perdas nos últimos três anos, são fundamentais. Ele destacou a importância de reunir esses dados e compartilhá-los com especialistas, para que seja possível criar uma base de informações robusta, essencial na formulação de um seguro mais completo e eficaz.
Nessa entrevista, Tiago Branzan proporciona uma visão esclarecedora sobre a evolução do seguro para a piscicultura no Brasil e os passos necessários para que o setor, tão importante para a economia e o meio ambiente, tenha a proteção financeira que precisa diante de imprevistos como os causados pela eutrofização.