Sindag, Ibravag e Unicruz preparam chamada de trabalhos para fevereiro e a apresentação será um dos destaques do congresso aeroagrícola deste ano, de 28 a 30 de julho, em Sertãozinho/SP
A Universidade de Cruz Alta (Unicruz), no Rio Grande do Sul, junto com o Instituto Brasileiro da Aviação Agrícola (Ibravag) e o Sindicato Nacional das Empresas de Aviação Agrícola (Sindag), que têm sede em Porto Alegre, devem lançar em fevereiro a Chamada de Pesquisas para o 2º Fórum Científico da Aviação Agrícola, que ocorrerá em julho, em Sertãozinho, São Paulo. O encontro será dentro do Congresso da Aviação Agrícola do Brasil, do dia 28 a 30, no Centro de Eventos Zanini. “A premiação este ano será de R$ 3 mil para o primeiro lugar, R$ 2 mil para o segundo e R$ 1 mil para o terceiro, no tema Controle de Deriva em Aplicações Aéreas”, explica o coordenador do Fórum e professor da Unicruz, Maurício Pasini.
Os valores e o tema foram definidos ainda do final de dezembro e, a partir desta semana, o Sindag deve enviar uma pré-chamada às faculdades de Agronomia de todo o País. O objetivo agora é oferecer aos pesquisadores apoio do sindicato aeroagrícola na indicação de empresas associadas que possam ajudar nos trabalhos de campo – aproveitando as operações da safra ou no caso de alguns voos para testes mais específicos. “Com isso os possíveis participantes ganham tempo para ajustar algum estudo que já esteja em andamento ou irem esboçando um novo trabalho”, explica Pasini.
O Fórum Científico nasceu no ano passado, dentro do congresso aeroagrícola brasileiro – ocorrido em agosto, também em Sertãozinho. Primeiro para um diagnóstico de demandas técnicas em campo e de informações que auxiliem a eliminar mitos e a aproximar o setor da sociedade. “Traçamos um plano, inicialmente, para três anos, apontando e priorizando essas demandas”, destaca o coordenador. “Em 2020 focando no controle de deriva (prevenir que a aplicação desvie do alvo), 2021 tendo como tema Eficiência Econômica e Ambiental e reservando para 2022 o foco em gerar recomendações técnicas a partir da ‘tradução’ de diversos trabalhos acadêmicos sobre aplicações aéreas.”
Nas próximas semanas, serão formadas as Comissões Acadêmica e Técnica para julgar os trabalhos. A primeira terá a função de avaliar os estudos do ponto de vista da metodologia científica, validando cada pesquisa como tal. Já a Comissão Técnica terá a incumbência de classificar os trabalhos considerando seu potencial de aplicação imediata em campo e os benefícios práticos (operacionais ou institucionais) para o setor aeroagrícola.
“Na parte acadêmica, a equipe está sendo formada a partir de parcerias com órgãos como a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), universidades e consultores que são referência no setor”, adianta Pasini. Já para avaliar os benefícios práticos de cada pesquisa, além de profissionais do setor, os contatos abrangem agentes que fazem a ponte do agro com a sociedade. “Desde representantes do Ministério Público até o próprio Ministério da Agricultura, além de jornalistas e outros profissionais”, completa o coordenador.
VITRINE
O diretor-executivo do Sindag, Gabriel Colle, ressalta que a iniciativa de premiar pesquisas em aplicações aéreas é inédita no País e uma das grandes apostas das entidades para aprimoramento da eficiência e, principalmente, divulgação da segurança das tecnologias do setor. “Além disso, o Fórum Científico oferece aos professores e acadêmicos uma vitrine grande e seleta: Congresso da Aviação Agrícola do Brasil se tornou em 2019 o maior encontro aeroagrícola do mundo, com 3,1 mil participantes e 142 expositores na mostra de tecnologias e equipamentos”, lembra Colle. Ao todo, foram técnicos, empresários, pesquisadores e fornecedores de 12 países, muitos deles líderes mundiais em suas áreas. Um rol que vai desde fabricantes de aviões e de equipamentos embarcados até desenvolvedores de tecnologias de gestão, empresas de drones e multinacionais de insumos, entre vários outros segmentos.
Para completar, a edição 2020 do encontro aeroagrícola abrangerá também o Congresso Mercosul e Latino-Americano de Aviação Agrícola – como ocorre a cada três anos, em um revezamento entre Brasil, Argentina e Uruguai. Lembrando ainda que o País tem a segunda maior frota aeroagrícola do mundo, atrás apenas dos Estados Unidos. São cerca de 2,2 mil aeronaves que, além da alta tecnologia embarcada, possuem exigência legais que incluem um engenheiro agrônomo na coordenação das operações em cada empresa e a presença de pelo menos um técnico agrícola com especialização em operações aéreas em cada missão em campo. Além do piloto agrícola com formação específica, um encarregado da segurança operacional e vários outros requisitos – a aviação é a única ferramenta para trato de lavouras com regulamentação específica (e bastante ampla).
Por Castor Becker Júnior