A forte demanda internacional deve continuar a sustentar preços das carnes e também de bovinos, suínos e frangos brasileiros em 2020, segundo análise do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) divulgada na sexta-feira (03).
A oferta de bovinos continua baixa no país enquanto a demanda internacional está aquecida. Há também expectativa de que potencial melhora na economia interna eleve a demanda doméstica. “O atual alto patamar dessa proteína pode fazer com que parte dos demandantes migre para proteínas mais competitivas, como a suína e a de frango”, disse o Cepea em nota.
O alto preço da carne bovina no Brasil no fim do ano foi um dos principais influenciadores na alta da inflação no país. O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) disse na semana passada que espera queda nos preços da carne bovina no país nas próximas semanas.
Diante da maior demanda, os preços da carne de frango também devem se sustentar, mesmo considerando a expectativa do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) de alta de 4% na produção global de carne de frango neste ano.
“A gradual recuperação econômica e a recente trajetória de alta nos preços das carnes bovina e suína tendem a favorecer o consumo doméstico da proteína de origem avícola. Já no mercado externo, os efeitos dos surtos de Peste Suína Africana (PSA), especialmente na China, devem continuar beneficiando as vendas da carne brasileira”, disse o Cepea.
O cenário também continua positivo para a carne suína, diante da redução na oferta mundial de suínos de 10% esperada pelo USDA para 2020, devido à queda na produção na China, Filipinas e Vietnã.
Um ponto de alerta para o setor é o movimento nos preços de grãos usados na alimentação de suínos e frangos, em meio a um cenário ainda incerto que inclui impacto de possíveis acordos comerciais entre China e Estados Unidos.
Por Anna Flávia Rochas
Fonte: CarneTec Brasil