Na média, o preço do leite pago ao produtor teve ligeira queda, de 0,2%, no pagamento realizado em novembro, que remunera a produção entregue em outubro último.
O cenário foi semelhante ao do pagamento anterior, no qual os incrementos menores na produção de leite no Centro Sul e Brasil Central, comparativamente com a média histórica para esse período, e a melhora no escoamento de alguns produtos neste final de ano limitaram as quedas nos preços da matéria-prima (leite cru).
Considerando a média nacional dos dezoito estados pesquisados pela Scot Consultoria, o produtor recebeu, em média, R$1,191 por litro, sem o frete, considerando o leite padrão.
O preço médio com bonificações por qualidade ficou em R$1,561 por litro, um recuo de 0,3% na comparação com o pagamento anterior.
Com relação a oferta de leite no país, segundo o Índice de Captação da Scot Consultoria, em outubro a produção cresceu 1,6% e em novembro os dados parciais apontam para um incremento de 0,5% na produção, considerando a média nacional.
Para uma comparação, neste mesmo período da safra passada, a variação no Índice de Captação foi de 3,9% em outubro/18 e de 0,7% em novembro/18, na comparação mensal.
Em São Paulo, Minas Gerais, Goiás, Paraná e Santa Catarina, os recuos no preço do leite aos produtores variaram de 0,3% a 0,9% no pagamento de novembro, frente ao anterior.
No Rio de Janeiro e Espírito Santo, as chuvas fortes prejudicaram a produção e coleta do leite em algumas localidades. Diante disso, o mercado se mostrou mais firme no último pagamento. Nos demais estados do Centro-Oeste e do Norte do país, o cenário também foi de estabilidade a ligeira alta. Já no Rio Grande do Sul, a queda mais forte na produção deu sustentação aos preços do leite ao produtor.
Na região Nordeste o preço do leite também subiu devido a produção recuando e a demanda firme, especialmente pelos queijeiros, para atender o período de final de ano. Na tabela 2, os preços por região, considerando os valores padrões e as bonificações por qualidade e volume.
Para o pagamento a ser realizado em dezembro/19, referente a produção entregue em novembro, 62% dos laticínios pesquisados pela Scot Consultoria acreditam em manutenção das cotações, 30% falam em queda e os 8% restantes estimam alta (laticínios nas regiões Sul e Nordeste do país).
Apesar da expectativa de a produção seguir em alta no Sudeste e Brasil Central até dezembro/19 ou janeiro/20 (pico de produção), a concorrência entre as indústrias está maior este ano, com incrementos menores na produção na safra.
Isto deve manter o mercado entre estável a ligeira queda nestas regiões no próximo pagamento, com o um viés mais de manutenção em curto prazo e possibilidade de reações (ainda que ligeiras) no pagamento a ser realizado em janeiro/20.
Vai depender de como reagirá a demanda por creme de leite, manteiga, leite condensando e queijos, principalmente, neste final de ano, já que do lado dos leites fluídos a tendência é de menor demanda, em função das férias e festas.
Fonte: Scot Consultoria