A Coopeavi está quebrando o “gelo” burocrático russo junto aos importadores e expandindo o comércio de cafés verdes no maior país do mundo. A cooperativa retomou a relação com a Rússia nos últimos dois anos, e o resultado são novos negócios para os grãos de qualidade dos associados.
Pelo menos um contêiner de café arábica verde, de qualidade boa, peneiras 17/18, bebida dura e taça limpa, produzido nas Matas de Minas Gerais, embarca a cada dois meses para o país que ocupa o Leste Europeu e o Norte da Ásia. Para 2020, a Coopeavi espera negociar de 15 a 20 novos contêineres, mais que o dobro do atual volume exportado.
Os cafés verdes (grãos crus) são embalados em sacas de 60 kg. Cada contêiner comporta 320 sacas, totalizando 19,2 toneladas. Os compartimentos são carregados no Armazém da Coopeavi em Caratinga (MG), e o embarque é feito pelo Porto do Rio de Janeiro.
Há expectativa para vender também o café capixaba para a Rússia. No entanto, a logística deverá abranger outros portos, uma vez que o Porto de Vitória não recebe navios de grande e não conta com rotas diretas.
O analista de mercado de café da cooperativa, Jozielton Freire, afirma que o primeiro contato com a Rússia ocorreu em 2012, quando foi realizada uma única venda. Após longo tempo sem comercializar cafés, a Coopeavi estabeleceu contato com um broker* de São Paulo, cujo cliente compra café para vários destinos, entre eles a Rússia.
“O padrão de café consumido na Rússia vem melhorando, assim como em várias partes do mundo, além do aumento do consumo. É um país com algumas restrições, mas com os parceiros certos nunca tivemos problemas. Já estamos colhendo bons frutos, e as negociações estão numa crescente”, destaca o analista.
Rigor
Jozielton destaca que a exigência documental dos russos para importados é uma das mais rigorosas do mercado. “Eles são muito rígidos com seus importadores. A aduana russa confere cada detalhe, ao ponto de analisar pontos e vírgulas. Pelo que soube, os russos são tão rigorosos porque buscam arrecadar com multas e penalidades”.
O gerente do Negócio Café da cooperativa, Giliarde Cardoso, ressalta que a Coopeavi ingressou há cerca de dez anos no mercado internacional, buscando agregar valor para os associados. Além da Rússia, outros mercados para cafés verdes são: Itália, Austrália, Turquia, Jordânia, Israel, Estados Unidos, Espanha, Cuba, Líbia e Emirados Árabes.
“Esta abertura de mercado está diretamente ligada em trazer soluções aos cooperados. Se encontramos um mercado que valoriza os nossos produtores, a história deles e a qualidade do produto que eles têm a oferecer, estaremos indo de acordo com a nossa missão”, finaliza.
Fonte: Coopeavi