Além das visitas de vigilância às propriedades rurais, o simulado teve práticas de biossegurança, investigação epidemiológica e saneamento
Com a mobilização de rebanhos de 90 fazendas e a participação da Defesa Civil e da Polícia Militar do Estado do Paraná, foi realizado entre os dias 11 e 16 de agosto, em São José dos Pinhais (PR), simulado para treinamento de resposta a um foco de febre aftosa. O cenário foi o mais real possível, para as ações de contenção e atenção a um foco da doença.
A iniciativa, organizada pelo Departamento de Saúde Animal do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), faz parte das atividades previstas no convênio de cooperação técnica entre o Comitê Veterinário Permanente do Mercosul (CVP) e o Banco Interamericano do Desenvolvimento (BID), no Programa de Apoio para Capacitação dos Serviços Veterinários de Cone Sul para a última etapa do Plano Hemisférico de Erradicação da Febre Aftosa (PHEFA).
Participaram 178 profissionais, incluindo integrantes do serviço veterinário oficial de 25 unidades da Federação; da Argentina, Bolívia, do Chile, Paraguai e Uruguai; e do Centro Panamericano de Febre Aftosa (Panaftosa).
Além das visitas de vigilância às propriedades rurais – onde foram simulados três focos fictícios –, o treinamento envolveu as práticas de biossegurança, investigação epidemiológica e saneamento de focos dentro do plano de contingência para uma situação real; foram colhidas e enviadas amostras para o Laboratório Federal de Defesa Agropecuária (LFDA), em Pedro Leopoldo (MG), referência no diagnóstico da febre aftosa; e implantados postos de controle do trânsito de animais e produtos.
Graças ao uso de drones da Defesa Civil do Parará, foram geradas imagens em tempo real das ações nas propriedades rurais e nas barreiras de controle de trânsito, que abordaram cerca de 500 veículos.
Segundo o diretor do Departamento de Saúde Animal, Geraldo Moraes, “o objetivo do treinamento foi a preparação para enfrentar uma eventual ocorrência de febre aftosa, mas as medidas demonstradas na teoria, e depois na prática, servem para todas as doenças emergenciais, como a peste suína clássica, peste suína africana, influenza aviária, entre outras. Os protocolos sanitários são semelhantes, e o caráter de emergência é o mesmo”.
“Os resultados foram muito bons e foi fortalecida a preparação do serviço veterinário brasileiro para enfrentamento de uma emergência de febre aftosa, componente fundamental para a futura retirada da vacinação contra a doença”, completou Moraes.
O simulado permitiu avaliar os procedimentos previstos e, até o final do ano, estará concluída uma nova versão do plano de contingência para a doença, incluindo sugestões colhidas no simulado.
Durante o exercício, foi implantado o Centro de Operações de Emergência Zoosanitária (Coezoo), onde foram definidas e colocadas em prática toda a estrutura organizacional de gestão de emergências e as medidas necessárias de contenção dos focos no menor tempo possível, conforme previsto no Plano de Contingência para febre aftosa.
Fonte: MAPA