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PEQUIM (Reuters) – O órgão de regulamentação de bancos e seguros da China disse, neste sábado, que não espera um declínio persistente no iuan e alertou que os especuladores que pretendiam fazer uma venda descoberta sofrerão “perdas pesadas” se apostarem contra a moeda.
O iuan perdeu mais de 2,5% do valor contra o dólar desde que a guerra comercial entre China e Estados Unidos intensificou-se no começo do mês. Agora, está a menos de um décimo de iuan de chegar à proporção 7 para 1 em relação ao dólar, que as autoridades indicaram no passado como o patamar mínimo.
“A flutuação em curto prazo do iuan é normal, mas, em longo prazo, os fundamentos econômicos da China determinam que o iuan não será depreciado persistentemente”, afirmou Xiao Yuanqi, porta-voz da Comissão Regulatória de Bancos e Seguros da China (CBIRC), em um fórum de finanças em Pequim.
“Aqueles que especulam e fazem venda descoberta do iuan certamente sofrerão pesadas perdas.”
Xiao estava lendo um roteiro preparado pelo presidente da comissão e chefe do Partido Comunista do Banco do Povo da China (PBOC), Guo Shuqinq. Guo deveria discursar no mesmo fórum, mas não conseguiu comparecer por causa de compromissos de última hora.
Fontes disseram à Reuters que o banco central da China usará intervenção em moedas estrangeiras e mecanismos de políticas monetárias para deter o enfraquecimento do iuan além da proporção 7 a 1 com o dólar em curto prazo.
China alega que exigência dos EUA sobre empresas estatais é “invasão” em soberania econômica
PEQUIM (Reuters) – Os Estados Unidos têm solicitado à China que detenha o desenvolvimento de suas empresas estatais, exigência que o governo considera uma “invasão” em sua soberania econômica, afirmou no sábado a agência de notícias estatal chinesa Xinhua.
As tensões comerciais entre os dois países se acirraram, principalmente no início deste mês, depois de o governo do presidente norte-americano, Donald Trump, ter acusado a China de ignorar as promessas anteriores de fazer mudanças estruturais em suas práticas econômicas.
Os EUA então impuseram tarifas adicionais de até 25% sobre 200 bilhões de dólares em produtos chineses, o que levou o governo chinês a retaliar.
Enquanto as negociações comerciais estão suspensas, os dois lados parecem querer ganhar tempo. A China negou que tenha voltado atrás em suas promessas, mas reiterou que não faria concessões a “questões de princípios” para defender seus interesses centrais, mas sem fornecer mais nenhum detalhe.
“O governo dos EUA apresentou à mesa de negociações uma série de demandas arrogantes à China, incluindo restrições ao desenvolvimento de empresas estatais”, disse a Xinhua em um comentário.
As estatais chinesas contam não apenas com subsídios explícitos, mas também de benefícios ocultos, como garantias implícitas do governo para dívidas e juros menores para empréstimos bancários, segundo analistas e grupos do setor de comércio.
“Obviamente, isso está além do escopo das negociações comerciais e toca o sistema econômico fundamental da China”, disse a Xinhua.
“Isso mostra que, por trás da guerra comercial dos Estados Unidos contra a China, (o país) está tentando invadir a soberania econômica da China e prejudicar seus interesses centrais.”
O comentário vai além, alegando que os Estados Unidos fizeram acusações infundadas, incluindo que a China forçou a transferência de tecnologia de empresas estrangeiras que operam no país, alegando que isso é uma evidência de que o lado norte-americano está “forçando a China a mudar sua trajetória de desenvolvimento”.
Fonte: Reuters