Em se tratando do início de uma segunda quinzena, a terceira semana de junho (16 a 22, cinco dias úteis) apresentou resultados melhores que os convencionais (normalmente, retração dos preços), pois prevaleceu no período a estabilidade de semanas anteriores com, apenas, mínima redução (-0,05%) sobre a semana anterior.
Com isso, o frango abatido completa as quatro primeiras semanas de junho alcançando valor médio que representa incremento de 0,63% sobre maio passado e que, ao menos por ora, reverte a retração de preço enfrentada nos três meses anteriores.
Já em relação a junho de 2023 prevalece uma valorização superior a 20% que – é sempre conveniente ressaltar – não representa ganho, pois resulta apenas dos baixíssimos preços registrados um ano atrás.
Não chega a ser ocorrência inédita, mas sem dúvida surpreendeu o fato de, na semana, ter sido registrada inesperada procura pelo frango vivo. A ponto de – após quase 60 dias de cotações inalteradas devido à baixa demanda – o produto ter obtido dois reajustes consecutivos de 10 centavos cada, retornando à cotação referencial de R$5,00/kg que vigorou pela última vez por cerca de quatro semanas entre março e abril passado.
Isto no estado de São Paulo, porque em Minas Gerais a cotação da ave viva permaneceu inalterada em R$4,85/kg, valor que vem sendo praticado desde a segunda quinzena de abril último. Mas, a exemplo do ocorrido entre os paulistas, o mercado mineiro também tornou-se firme.
É prematura qualquer conclusão do gênero, mas essa reversão de mercado (justamente na segunda quinzena quando, normalmente, demanda e preços sofrem retração) pode estar ligada, ainda que de forma indireta, à catástrofe climática que se abateu sobre o Rio Grande do Sul.
Os prejuízos na produção gaúcha ainda não foram integralmente contabilizados. Mas sabe-se que houve perda maciça de aves em criação, o que gerou uma lacuna (para o atendimento interno e externo) que, no momento, vem sendo preenchida pelos estados vizinhos, Santa Catarina e Paraná.
Isto pode estar determinando alguma redução na oferta de frangos abatidos para a Região Sudeste, o que leva os abatedouros locais a recorrerem ao mercado independente para garantir o abastecimento pleno do mercado.
Isso sendo verdadeiro, deveria ocorrer, também, a reativação nos preços do frango abatido, o que não aconteceu. Porque, em essência, estamos numa segunda quinzena e o consumidor, agora com menor poder aquisitivo, não tem como pagar mais pelo produto. Mas também porque estamos no pico da safra de carne bovina e a concorrência vem sendo grande. Melhor, portanto, não arriscar.
Fonte: AviSite