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Setor sucroenergético investirá R$ 4,3 bilhões nos próximos anos

Setor sucroenergético investirá R$ 4,3 bilhões nos próximos anos – Divulgação/Biosul

A chegada de novos investimentos ao setor sucroenergético de Mato Grosso do Sul está viabilizando o crescimento do segmento, que nos próximos anos contará com aportes de R$ 4,350 bilhões. Com uma produção crescente, o Estado deve atingir o segundo lugar como maior produtor de etanol no País.

Ocupando a quarta posição no ranking nacional de produtores de etanol, obtidos a partir  da cana-de-açúcar e do milho, MS ganha força com a instalação de novas plantas e a ampliação das já instaladas.

Atualmente, são 19 fábricas produtoras de bioenergia em operação. Segundo a Associação de Produtores de Bioenergia de Mato Grosso do Sul (Biosul), todas são produzem etanol hidratado, 11 são produtoras de anidro, 2 de etanol a partir do milho e 10 produtoras açúcar.
Entre os novos empreendimentos em implantação, está a Usina Cedro do grupo Pedra Agroindustrial. O investimento estimado chega a R$ 400 milhões, sendo Paranaíba o município escolhido para receber a indústria atuante no ramo da cana-de-açúcar, com a perspectiva de 1,2 mil empregos diretos e indiretos gerados.

Outra planta que já está em instalação é a Agroterenas, localizada em Anaurilândia, que vai atuar na produção de etanol a partir da cana-de-açúcar. A indústria tem previsão de R$100 milhões empenhados na reativação da planta que tem o potencial de originar 650 novos postos de trabalho de forma direta.

Ainda entre as plantas em implantação, está a segunda unidade da Inpasa, em Sidrolândia, que entra para a lista com investimentos da ordem de R$ 2,2 bilhões. A previsão para início efetivo das operações é o mês de agosto. De acordo com informações da Inpasa,  a fábrica está com mais de 50% das obras finalizadas.

Anunciada em agosto do ano passado, a conclusão e início das operações estavam previstos somente para o fim deste ano. Como publicado pelo Correio do Estado em maio, o gerente corporativo de montagem industrial, Iuri Morgenstern revelou que já em junho a fábrica receberia as primeiras cargas de milho, momento em que serão realizados os testes preventivos.

“Temos a previsão de início das operações de produção da primeira fase ocorrendo no dia 26 de agosto de 2024 e da segunda fase em 28 de outubro de 2024”, revelou Morgenstern.

Responsável pelo empreendimento em Sidrolândia, a Inpasa é a maior produtora de combustível limpo e renovável à base de milho da América Latina. Com capacidade para produzir etanol anidro e hidratado, farelo, óleo bruto de milho e energia, a fábrica já gerou mais de 2,3 mil empregos.

Além das indústrias já em instalação, existem também as plantas que estão em processo de ampliação em Mato Grosso do Sul. Produtora de etanol segunda geração (2G), a Raízen, anunciou a modernização da usina situada em Caarapó.

A ampliação receberá a aplicação de R$ 1,3 bilhão para a ampliação da planta industrial. O etanol de 2ª geração é obtido através da fermentação controlada e da destilação de resíduos vegetais, especialmente de resíduos da produção de etanol e açúcar.

A produtora de biocombustível Atvos anunciou em abril a construção de sua primeira unidade de biometano a partir de resíduos da cana-de-açúcar. A usina será alocada em Nova Alvorada do Sul, onde a companhia já possui uma planta responsável pela produção de etanol.
Os investimentos para a nova operação são estimados em R$ 350 milhões. A ampliação da Atvos contribui com processo de transição da matriz energética no País e reforça o desenvolvimento socioeconômico do Estado, com geração de 4 mil empregos diretos e mais de 11 mil indiretos.

São R$ 4,3 bilhões em novos investimentos para o setor bioenergético de Mato Grosso do Sul, destaca o presidente da Biosul, Amaury Pekelman. “São investimentos que serão transformados em novas oportunidades de empregos e desenvolvimento econômico para as pessoas que vivem aqui”.

Pekelman ainda destaca que o setor vive um importante momento de verticalização da sua produção, onde resíduos se tornam subprodutos e dão origem a novos  biocombustíveis. “A exemplo do biogás, biometano e etanol de segunda geração. Importante destacar que essa ampliação do portfólio se dá sem exigir aumento de área para cultivo da cana”.

EM OPERAÇÃO

Fora do montante previsto de investimento para os próximos anos, o Estado já vivencia plena expansão com o início das operações da unidade Neomille, empresa da Cerradinho Bioenergia, que já colocou um total de R$ 1 bilhão no empreendimento. A produtora de bioenergia e coprodutora de subprodutos a partir do milho, concluiu sua unidade em Maracaju.

No período de obras foram empregadas mais de 2 mil pessoas e agora com a entrada em atividade serão gerados 200 empregos diretos e 600 indiretos.Segundo a Cerradinho Bioenergia, a planta tem capacidade de processar 608 mil toneladas de milho, a fábrica já iniciou a produção desde janeiro de 2024 e tem sua inauguração oficial programada para a próxima semana, em 18 de junho.

O grupo investiu R$ 1,08 bilhão na construção da planta de etanol. A nova agroindústria tem capacidade de ofertar ao mercado 266 milhões de litros de etanol, 161 mil toneladas de DDG (farelo de milho) e10 mil toneladas de óleo.

Com capacidade para produzir etanol anidro e hidratado, farelo, óleo bruto de milho e energia, a fábrica já gerou mais de 2,3 mil empregos.

“Por mais que a gente tivesse uma elevada produção de etanol, nós não tínhamos nenhuma configuração de etanol de milho e o Estado sempre foi e ainda é um grande exportador de milho. Então foi uma estratégia de agregação de valor a um produto que até então era exportado”, analisou o titular da Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc), Jaime Verruck.

SUSTENTABILIDADE

Além de alavancar a economia o segmento atua com responsabilidade ambiental realizando um processo produtivo cada vez mais eficiente nas usinas de bioenergia, cerca de 12,7 milhões de toneladas de dióxido de carbono equivalente (CO2.) deixaram de ir para a atmosfera a partir da produção de etanol em MS nas últimas quatro safras da cana-de-açúcar.

O resultado é obtido a partir dos 10,9 bilhões de litros de etanol, de 2020 a 2024, produzidos pelas unidades certificadas no Programa Nacional de Biocombustíveis (RenovaBio). “A sustentabilidade do etanol não está apenas no consumo do biocombustível, que é 90% mais limpo que o concorrente fóssil, ela é do poço à roda [todo o ciclo de vida do combustível]”, finaliza Pekelman.

FONTE: CORREIO DO ESTADO

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