A despeito da tragédia climática que atingiu o Estado, causando irreparáveis perdas em todos os segmentos da avicultura local, o Rio Grande do Sul permanece, histórica e isoladamente, como o terceiro maior exportador brasileiro de carne de frango.
Assim, embora os embarques gaúchos do mês tenham registrado recuos mensal e anual, o volume exportado em maio – perto de 56,5 mil toneladas – ficou não mais do que 5% aquém da média mensal registrada no primeiro quadrimestre do ano – 59.660 toneladas/mês entre janeiro e abril.
Com isso, as exportações gaúchas dos cinco primeiros meses de 2024 apresentam queda próxima de 4,5%, índice inferior ao observado, por exemplo, em São Paulo, onde a queda de volume é superior a 7%. Mas os dois estados não estão sós, pois 14 das 22 Unidades Federativas (UFs) que efetivaram exportações no período continuam apresentando resultado negativo no ano, o que inclui também o Paraná, principal exportador do País e responsável por mais de 40% do volume e da receita cambial do setor.
Apenas sete UFs chegaram a maio acumulando volume superior ao do mesmo período de 2023. E, aqui, o principal destaque vai para Santa Catarina, segundo principal exportador de carne de frango do País, cujo volume no ano aumentou 3,83%.
Claro, há outras UFs com índices de expansão bem mais significativos. Casos, por exemplo, de Roraima e Ceará, com incrementos de, respectivamente, 134% e 112%. Mas o volume adicional exportado pelos dois estados correspondeu a apenas 2% do volume adicional exportado por Santa Catarina.
De toda forma, o incremento registrado em Roraima ajudou a Região Norte a se tornar uma exceção. Pois é a única a registrar evolução positiva no volume embarcado. Ou seja: até aqui, as demais Regiões do País exportaram menos que nos cinco primeiros meses de 2023. E a que tem mais chances de reverter essa situação ainda no primeiro semestre é a Região Sul, que registra queda próxima de meio por cento no volume exportado.
Mas se apenas sete das 22 UFs exportadoras embarcaram mais que em 2023, o número de UFs com incremento na receita cambial é menor ainda: pouco mais de 20% delas ou, mais exatamente, somente cinco. Entre estas, Roraima que, por conta também de um melhor preço médio no volume exportado, gerou receita cambial quase 160% maior que a dos cinco primeiros meses do ano passado.
Pena, somente, que a receita cambial de Roraima tenha correspondido a apenas 0,035% da receita cambial da carne de frango no ano. Mesmo assim, a contribuição de Roraima foi decisiva para que a Região Norte voltasse a apresentar desempenho positivo na receita cambial. Foi, também, a única exceção entre as cinco Regiões brasileiras.
Fonte: AviSite