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Abate de bovinos em MT tem novo recorde, Imea vê sinais de transição do ciclo pecuário

Os abates de bovinos em Mato Grosso, o estado com o maior rebanho do país, foram recorde novamente em maio, com 627,49 mil animais abatidos, mas a variação nos preços do boi gordo nos últimos 12 meses sinaliza a transição do ciclo pecuário, segundo o Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea).

Apesar do recorde nos abates gerais, o volume de fêmeas abatidas recuou em maio em relação a abril, o que não acontecia desde 2018. Os abates de fêmeas caíram 6% em maio, resultando em uma menor participação destas nos abates totais do estado, para 51,49%, ante o patamar acima de 55% registrado nos últimos três meses.

“Apesar do volume abatido ainda estar elevado, esses dados mostram uma possível redução na intensidade dos abates de fêmeas. A tendência no curto prazo é de uma redução gradual na participação das fêmeas nos abates”, disse o Imea em relatório.

Transição do ciclo

Ao comparar os preços atuais da arroba em relação a 12 meses atrás, o Imea considera que há sinais de transição do ciclo pecuário.

A desvalorização anual do boi gordo na parcial de 2024, considerando a média de janeiro a maio, ficou em -14,11%, comparada a -19,20% no mesmo período de 2023.

“Isso significa dizer que, apesar de ainda estar em queda, a pressão baixista sobre os preços do boi gordo tem perdido a força. Vale ressaltar que esta é uma análise pensando no longo prazo, e que, no curto prazo, a oferta ainda pode pressionar os preços do boi gordo”, disse o Imea.

Indústria brasileira também registra recordes

O momento atual do ciclo pecuário, com ampla oferta de animais, ainda é favorável à indústria frigorífica brasileira, que também vem registrando recordes de abates e exportações de carne bovina.

No primeiro trimestre de 2024, o abate de bovinos no Brasil foi recorde a 9,3 milhões de cabeças, 25% acima do registrado no mesmo período do ano passado e 1,6% superior ao número abatido no quarto trimestre de 2023, segundo os dados mais recentes do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O abate de fêmeas aumentou 28,2% em relação ao primeiro trimestre de 2023 para o resultado mais elevado de toda a série histórica para a categoria.

“Estamos num período de ampla oferta de animais para abate, estes animais são provenientes de um ciclo de maior retenção de fêmeas observado entre 2019 e 2022, quando o preço dos bezerros estava em alta e a atividade reprodutiva das fêmeas tornou-se atrativa para os pecuaristas”, disse o supervisor da pesquisa de abates do IBGE, Bernardo Viscardi, em nota.

“A partir de meados de 2022 observamos o ciclo inverso, o preço dos bezerros caiu e as fêmeas passaram a ser destinadas ao abate com maior intensidade, além dos animais criados no ciclo anterior de alta que chegaram à idade de abate neste ano.”

Por Anna Flávia Rochas

Fonte: CarneTec Brasil

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