BRASÍLIA (Reuters) – O Brasil registrou criação líquida de 129.601 vagas formais de emprego em abril, conforme o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) divulgado nesta sexta-feira pelo Ministério da Economia, melhor resultado para mês desde 2013.
Há seis anos, foram abertos 196.913 postos.
O dado também veio bem acima de pesquisa Reuters com analistas, que indicava abertura de 80 mil vagas em abril.
Para o secretário do trabalho, Bruno Dalcomo, não houve uma surpresa tão grande por parte da pasta, já que abril é tradicionalmente positivo para o mercado de trabalho.
Mas Dalcomo citou que a alta de 12% na abertura líquida de empregos ante o mesmo mês de 2018 surpreendeu positivamente, uma vez que o ritmo de atividade econômica, segundo ele, está parecido com o do mesmo período do ano passado.
Todos os oito setores pesquisados ficaram no azul em abril, com destaque para o de serviços, com criação de 66.295 vagas formais.
A indústria da transformação abriu 20.479 empregos de carteira assinada, seguida pelo setores da construção civil (+14.067), agropecuária (+13.907) e comércio (+12.291) dentre os maiores destaques.
Nas modalidades da reforma trabalhista, o Caged registrou 17.513 desligamentos mediante acordo entre patrões e empregados. Foram criados 5.422 vagas de trabalho intermitente e 2.827 de trabalho em regime de tempo parcial.
No acumulado dos quatro primeiros meses do ano, foram abertas 313.835 vagas, ainda abaixo do saldo positivo de 336.855 postos de igual período do ano passado, conforme série com ajustes.
Segundo Dalcomo, o crescimento ainda está aquém do que esperam os trabalhadores desempregados, mas os resultados estão em linha com o crescimento apresentado pelo país.
“É preciso… que haja uma recuperação de confiança, uma retomada dos investimentos e a aprovação, por exemplo, de reformas importantes dentro do Congresso Nacional”, disse.
Ele ponderou ainda que, confirmado o cenário de retomada de tração pela atividade econômica, o mercado de trabalho reagiria e poderia igualar o crescimento e até mesmo superá-lo.
Em meio à dificuldade para a economia recobrar fôlego, os dados relativos ao mercado de trabalho ainda apontam um quadro de desalento.
A taxa de desemprego no Brasil voltou a aumentar no primeiro trimestre, com o total de desempregados chegando a quase 13,4 milhões, de acordo com os dados mais recentes do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Por causa da falta de ímpeto da atividade, o governo revisou para baixo a alta esperada para o Produto Interno Bruto (PIB) em 2019, para 1,6%. Antes, a perspectiva oficial era de elevação de 2,2%.
Economistas ouvidos pelo boletim Focus, do Banco Central, esperam um desempenho ainda pior, tendo cortado sua perspectiva pela 12ª semana seguida, a 1,24%.
“É o melhor resultado dos últimos 6 anos”, diz Bolsonaro, “mas ainda longe do ideal”…
Beneficiada pelos serviços e pela indústria, a criação de empregos com carteira assinada atingiu, em abril, o maior nível para o mês em seis anos. Segundo dados divulgados pelo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho, 129.601 postos formais de trabalho foram criados no último mês. O indicador mede a diferença entre contratações e demissões. O presidente Jair Bolsonaro comemorou o resultado. “Ainda estamos longe do ideal, mas no caminho certo!”
A última vez em que a criação de empregos tinha superado esse nível foi em abril de 2013, quando as admissões superaram as dispensas em 196.913. A criação de empregos totaliza 313.835 de janeiro a abril e 477.896 nos últimos 12 meses.
Na divisão por ramos de atividade, todos os oito setores pesquisados criaram empregos formais em abril. O campeão foi o setor de serviços, com a abertura de 66.290 postos, seguido pela indústria de transformação (20.470 postos). Em terceiro lugar, vem a construção civil (14.067 postos).
O nível de emprego aumentou na agropecuária (13.907 postos); no comércio (12.291 postos), na administração pública (1.241 postos); nos serviços industriais de utilidade pública, categoria que engloba energia e saneamento (867 postos) e extrativismo mineral (454 postos).
Tradicionalmente, a geração de emprego é alta em abril, por causa do início das safras e do aquecimento da indústria e dos serviços.
Destaques
Nos serviços, a criação de empregos foi puxada pelos atendimentos médicos, odontológicos e veterinários, com a abertura de 20.589 postos formais; seguido pelo comércio e administração de imóveis, valores mobiliários e serviço técnico, com 13.023 vagas. Na indústria de transformação, a criação de empregos foi impulsionada pela indústria de produtos alimentícios e de bebidas (9.884 postos); pela indústria química de produtos farmacêuticos, veterinários e perfumaria (7.680 postos) e pela indústria têxtil (1.845 postos).
Regiões
Todas as regiões brasileiras criaram empregos com carteira assinada em abril. O Sudeste liderou a abertura de vagas, com 81.106 postos, seguido pelo Nordeste (15.593 vagas) e pelo Centro-Oeste (15.240 vagas), influenciado pela safra. O Sul criou 14.570 postos, e o Norte registrou 3.092 vagas a mais no mês passado.
Na divisão por estados, 23 unidades da Federação geraram empregos e quatro demitiram mais do que contrataram. As maiores variações positivas no saldo de emprego ocorreram em São Paulo (abertura de 50.168 postos), em Minas Gerais (22.348), no Paraná (10.653) e na Bahia (10.093). Os estados que registraram o fechamento de vagas formais foram Alagoas (-4.692 postos), Rio Grande do Sul (-2.498), Rio Grande do Norte (-501) e Pará (-25).
Fonte: Reuters/Agencia Brasil