À primeira vista, a semana do Dia das Mães de 2024 propiciou ao frango abatido desempenho idêntico ao do mesmo período do ano passado, ou seja, com forte valorização às vésperas da data comemorativa. Mas o resultado observado foi bem mais fraco, pois os negócios efetivados ao final do primeiro decêndio de maio (dia 10) registraram valorização que não chegou a 2% em relação ao fechamento de abril, enquanto um ano atrás a valorização foi superior a 5%.

É verdade que, em comparação à semana anterior (passagem de abril para maio) houve ganho próximo de 1%. Mesmo assim, a média dos 10 primeiros dias de maio (provavelmente os melhores do mês) ficou 10 centavos aquém da observada em idêntico período do mês passado (redução de quase 1,5%).

Com tudo isso, o valor médio de maio corrente, pouco superior a R$7,29/kg, apresenta queda de quase 1% sobre o mês anterior, ao mesmo tempo que corresponde a um incremento de quase 11% sobre maio de 2023 – não, ressalte-se, porque agora esteja ocorrendo ganho e, sim, porque há um ano, nesta mesma ocasião, o frango abatido caminhava para um de seus piores momentos da presente década.

Em outras palavras, o ganho então registrado foi efêmero, ficando restrito às duas semanas iniciais do mês. Pois, a partir da terceira semana de maio de 2023, o processo de desvalorização anterior foi retomado, só voltando a apresentar reversão 60 dias depois.

É pouco provável que neste ano isso volte a acontecer, pois prevalece, como tendência, a situação mostrada pelo IBGE na semana passada, de redução na produção em relação a idêntico período do ano anterior. Ou, repetindo o que foi dito dias atrás, o setor anda nos trilhos, o que não caminha bem é a economia, como um todo.

Nesse contexto de semi estabilidade (enquanto a inflação continua avançando) é quase natural a demanda pelo frango vivo disponibilizado no mercado independente continuar mínima. Com isso, nem mesmo a chegada do Dia das Mães alterou o andamento do mercado, que continuou fraco e com as mesmas cotações da semana retrasada – até R$4,80/kg em São Paulo, média de R$4,85/kg em Minas Gerais, os menores valores dos últimos oito meses.