Três focos de peste suína clássica (PSC) identificados em animais no Piauí na semana passada foram encerrados no último dia 18 de abril, com o sacrifício dos animais, informou o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) na segunda-feira (22).
Os focos da doença em 60 animais em três propriedades no município de São José do Divino, no norte do estado, foram notificados à Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA) em 17 de abril, segundo o Mapa.
“Cabe ressaltar que a ocorrência desses novos focos de PSC no estado do Piauí não compromete a situação das zonas livres da doença no Brasil nem as exportações a partir de estados da zona livre de PSC”, disse o Mapa em nota enviada à CarneTec.
O Piauí está entre os dez estados brasileiros considerados áreas que não são livres de peste suína clássica. Desde 2019, o Piauí registrou 35 focos da doença, a maioria na região norte do estado, segundo informações do governo do Piauí.
A Secretaria de Assistência Técnica e Defesa Agropecuária (Sada) e a Agência de Defesa Agropecuária (Adapi) estaduais estão preparando um plano estratégico de vacinação contra a peste suína clássica, visando sair da classificação de risco.
O governo estadual disse em nota que as ações de vigilância na região onde os recentes focos foram identificados serão intensificadas para monitorar e acompanhar qualquer suspeita compatível com doenças hemorrágicas do suíno. A Adapi também irá intensificar ações de educação, comunicação e a fiscalização do controle de trânsito de suínos.
O Mapa disse que criadores de suínos no Piauí devem procurar a Adapi caso identifiquem animais amontoados, com conjuntivite, corrimento nasal, aborto, sinais vermelhos na pele ou sinais nervosos, e casos de alta mortalidade.
A enfermidade não acomete humanos, somente os suínos.
Indústria em alerta
O presidente da Associação Catarinense de Criadores de Suínos (ACCS), Losivanio Luiz de Lorenzi, expressou preocupação com os casos de peste suína clássica no Piauí, segundo nota divulgada pela entidade.
A ACCS disse que o Piauí já registrou vários casos de PSC ao longo dos anos, que resultaram no sacrifício de mais de 4,3 mil suínos.
A entidade catarinense disse que o controle rigoroso dentro das propriedades rurais é essencial para evitar problemas em Santa Catarina, o maior estado produtor de suínos do Brasil.
“A Associação Catarinense de Criadores de Suínos pede que todos os produtores tomem as medidas necessárias para evitar a entrada de pessoas não autorizadas em suas propriedades e aqueles que forem fazer assistência em visitas técnicas, usem Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) para minimizar os riscos de contaminação. Assim, a suinocultura poderá continuar prosperando no estado, com a esperança de uma situação mais favorável no futuro”, disse Lorenzi.
Por Anna Flávia Rochas
Fonte: CarneTec Brasil