Contrapondo-se aos dados do IBGE (abate inspecionado) os números da SECEX/ME relativos à exportação, constata-se que embora o índice de incremento do volume embarcado (+7,67%) tenha mais que dobrado em relação ao volume produzido (+3,46%), a oferta interna manteve crescimento vegetativo positivo (+1,08%), indicando aumento na disponibilidade per capita de carne de frango em 2023.

Frente ao retorno negativo enfrentado em boa parte do ano, a partir de setembro o setor reduziu o ritmo produtivo o que, frente ao bom desempenho das exportações, fez com que a disponibilidade interna recuasse em relação ao ano anterior. No mês de dezembro, por exemplo, o volume disponível foi quase um quarto menor que o registrado um ano antes.

O interessante, porém, é que esse recuo não afetou o consumidor. Pelo contrário, pois os preços registrados no atacado permaneceram aquém dos registrados no Natal de 2022. Na média do segundo semestre de 2024 recuaram 14%, enquanto no varejo da cidade de São Paulo o recuo (dados do Procon-SP) chegou a, praticamente, 18% (em dezembro, queda anual de 8,26%).

Importante ressaltar que todos esses resultados referem-se apenas ao frango inspecionado. Ou seja: há uma parcela da produção que, por não se submeter à inspeção, não pode ser exportada, sendo integralmente consumida no mercado interno. Portanto, a quantidade disponível internamente é bem maior que a levantada a partir dos dados oficiais.