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Hora da Prosa com Maria Gabriela Dantas Bereta Lanza – Fósforo ou ácido fosforoso? Produtores de amendoim vivem dilema sobre o que é correto na nutrição foliar quando o assunto é exportação

Em época de plantio, mas também de colheita em algumas áreas, há dúvidas sobre o que usar e o quanto isso pode comprometer a rentabilidade nas exportações

 

Com destaque cada vez maior no cenário internacional, o amendoim vem crescendo em produção no Brasil, concentrada nos estados de São Paulo, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Minas Gerais e Paraná. Atualmente, 60% do que é produzido no País é exportado e, segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (2023), estima-se que haja crescimento de 10,41% da área plantada com amendoim na safra 23/24.

Os produtores têm conseguido maior rentabilidade em função da abertura ao mercado internacional, mas vivem a preocupação de terem perdas em razão da não aceitação da União Europeia para a presença de algumas substâncias, como os casos de ácido fosforoso e seus sais na oleaginosa, que podem ocorrer com a aplicação de alguns fertilizantes foliares. “O ácido fosforoso e seus sais são usados na agricultura para proteção de plantas. Entretanto, em níveis elevados podem ser prejudiciais para a alimentação e, por isso, alguns países estabelecem limites máximos de segurança sujeitos a proibições ou restrições de importações”, alerta Maria Gabriela Lanza, consultora de Desenvolvimento de Mercado da ICL e que trabalha diretamente com a cultura.

Segundo ela, existe uma desinformação sobre a diferença entre fertilizantes foliares à base de fosfito e fósforo e, por conta disso, muitos agricultores acabam não seguindo as devidas recomendações de manejo, muito importante para a produtividade do amendoim. “O produtor deve optar por produtos provenientes de empresas idôneas e comprometidas com a qualidade da produção agrícola, que fornecem para o produtor um manejo nutricional que respeita as particularidades de cada cultura desde a sua implementação até a comercialização. Uma forma de fazer boas escolhas em campo é observar o rótulo dos produtos, onde deve constar a indicação das fontes utilizadas, e, em caso de dúvidas, sempre procurar o departamento técnico”, alerta.

Por que não posso aplicar um produto à base de fosfito no amendoim?
O fosfito (H2PO3-) é derivado do ácido fosforoso (H3PO3) e, ao ser aplicado via foliar, é altamente móvel, mas não é metabolizado, ou seja, permanece acumulado no produto in natura, gerando resíduos no momento da exportação. Esses resíduos possuem um limite de detecção baixo (2,0 mg/kg) e quando constatados nos materiais destinados à exportação sofrem sanções e penalizam financeiramente o agricultor, principalmente para a União Europeia.

Qual a diferença entre um fertilizante que contém fósforo e outro que contém fosfito?
Os fertilizantes com fontes de fósforo (P) não são contaminantes, pois seus íons fosfatados (H2PO4- e HPO4-2) são utilizados como fonte nutricional para a planta e participam de diversos processos essenciais para a produtividade do amendoim, como a fotossíntese e o enchimento de grãos, e não se convertem em ácido fosforoso (H3PO3), evitando qualquer prejuízo pós-colheita ao agricultor.

Quais a importância do fósforo para o amendoim?
O fósforo (P) é um macronutriente para o crescimento e desenvolvimento do amendoim. Suas funções são vistas desde o estabelecimento da cultura com o arranque inicial e desenvolvimento radicular, passando pelo aumento da taxa fotossintética no crescimento vegetativo e translocação de fotoassimilados para o enchimento de grãos, e se estendendo para a qualidade e integridade de sementes. De acordo com um estudo realizado pela Unoeste com o apoio da ICL América do Sul, cada tonelada de amendoim em casca extrai aproximadamente 5 kg e exporta 3 kg de P para cultivares tardias. Desta forma, lavouras com altas produtividades extraem cerca de 25 kg ha-1 de P (corresponde a 57 kg de P2O5) e exporta 15 kg ha-1 de P (corresponde a 34 kg ha-1 de P2O5). Além disso, ao avaliar a marcha de absorção do amendoim a necessidade de P acompanha linearmente as fases fenológicas da cultura, sendo que em pleno florescimento a faixa de suficiência de P nas folhas do amendoim é entre 2 e 4 g kg-1.

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