A unidade é referência em pesquisa no Vale do Ribeira e realiza ações com banana, pupunha, peixe e está desenvolvendo projetos com cacau
A Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, por meio da Apta Regional, instituição de pesquisa vinculada a Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (APTA) irá inaugurar o auditório “Luis Alberto Saes” na Apta Regional de Pariquera-Açú, no Vale do Ribeira e também participará da abertura do evento “Apta Portas Abertas” que ocorrerá nesta sexta-feira e sábado, dias 1º e 2 de dezembro, na unidade.
Campos experimentais e laboratórios da Apta Regional receberão a visita da sociedade na 2ª edição “Apta Portas Abertas”. Além de Pariquera, mais duas unidades de pesquisa farão atividades para aproximar a população da realidade das Pesquisas Científicas no agro.
Os pesquisadores e técnicos estarão presentes para receber os visitantes e mostrar as diversas pesquisas desenvolvidas na fazenda. Os visitantes passarão por quatro estações temáticas sobre banana, palmito pupunha, cacau e piscicultura.
Inauguração
Segundo Eduardo Jun Fuzitani, diretor da unidade de pesquisa, a inauguração do auditório é de extrema relevância para os treinamentos, palestras e atividades de transferência do conhecimento técnico-científico dos projetos desenvolvidos na Unidade.
O auditório recebe o nome de Luis Alberto Saes, pela relevância do pesquisador que atuou durante 15 anos, de 2002 a 2017, como diretor Técnico de Divisão, da Apta Regional de Pariquera-Açú, na época, denominada de Polo Regional do Vale Ribeira. Saes é formado pela Universidade Federal do Rio de Janeiro e especialista em Fitotecnia.
“Ele é considerado uma referência na pesquisa agrícola, sendo pioneiro nas áreas de banana e de pupunha e juntamente com os pesquisadores do Instituto Agronômico (IAC-Apta), Saes introduziu a pupunha e muitas variedades de banana no Vale para serem testadas”, destaca Fuzitani.
“Saes foi um diretor muito dedicado, e ensinou todo o caminho para tratar com os produtores, integrando os funcionários com a população do vale. Ele tinha os contatos de todas as associações e produtores da região”, ressalta Fuzitani.
A Unidade e suas Pesquisas
A Apta Regional de Pariquera-Açú foi fundada em 01 de agosto de 1955 como fazenda experimental originalmente do Instituto Agronômico. Em seu histórico de atuação, ao longo dos mais de 60 anos na região, a Unidade já disponibilizou diversas tecnologias à comunidade em bananicultura e palmeiras produtoras de palmito, assim como cultivares de arroz moti e chá preto (Camellia sinesis).
Ainda vale lembrar, que outras pesquisas foram realizadas no passado com várias espécies de palmeiras produtoras de palmito [açaí, juçara e híbridos], além de trabalhos com hortaliças diversas, café, milho, caqui, mexerica, cravo da Índia, canela, guaraná, pimenta do reino, baunilha e frutíferas nativas e exóticas, cultivares de antúrio e híbridos de seringueira para o Vale do Ribeira.
Na área animal ocorreram estudos de reprodução de peixes nativos e de desempenho produtivo à região e, também, manejo reprodutivo e de produção de búfalas leiteiras.
Segundo pesquisador Erval Rafael Damatto Junior, assistente técnico de direção, atualmente a unidade da APTA Regional de Pariquera-Açú é referência estadual e nacional no desenvolvimento de tecnologias com a cadeia produtiva da bananicultura. “Além da manutenção da coleção de bananeiras [banco de germoplasma], com mais de 150 materiais cultivados no país. Inúmeras parcerias foram firmadas nos últimos anos para o desenvolvimento de novas tecnologias.”
As pesquisas científicas, nos últimos três anos, recebe o apoio da iniciativa privada, com o total de 13 contratos de desenvolvimento tecnológico. Os experimentos são conduzidos nas áreas da Unidade com a parceria das empresas Fertvale, Adubasul, ICl do Brasil, Yara do Brasil, Valagro, Sanovita, Vitroplan, Metalcore, Angloamericana e Tera Nutrição Vegetal, totalizando um total de cerca de R$ 500 mil em investimentos.
“Na unidade também é mantido um banco de matrizes de peixes redondos, pacu e tambaqui, com o qual estão sendo traçados projetos de pesquisa em parceria com a Unesp e Instituto de Pesca (IP-Apta), para a reprodução e melhoramento genético, para se obter animais mais adaptados as condições climáticas do estado de São Paulo”, detalha Erval.
Mais recentemente, a Apta Regional de Pariquera-Açu ingressou no abrangente projeto estadual para retomada do desenvolvimento da cultura do cacau no nosso estado. Na Unidade, as pesquisas com cacau se iniciaram nos anos 70 e por questões diversas, a cultura não prosperou naquela época no Vale do Ribeira.
Contudo, Erval ressalta que a Unidade está iniciando pesquisas com novos materiais genéticos e manejo filotécnico para reintrodução do cultivo do cacaueiro na região. “Já possui coleção de árvores de cacau, sendo um valioso banco de germoplasmas para esse projeto em nível estadual”, afirma.
Além disso, a unidade atende aos alunos de graduação e pós-graduação, oferecendo cursos e estágios com bolsas de iniciação científica, principalmente da Fundação Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP) e Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES). No ano de 2022 iniciou-se parceria com a pós-graduação da UNESP de Botucatu, oferecendo a disciplina de Bananicultura.
APTA Regional
A APTA Regional, Instituição de Ciência e Tecnologia do Estado de São Paulo – ICTESP – é uma das sete instituições de pesquisa da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (APTA), vinculada à Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo (SAA). São 18 Unidades Regionais de Pesquisa e Desenvolvimento no estado de São Paulo, nas áreas de agronomia, zootecnia, pesca continental, sanidade vegetal, sanidade animal, agregação de valor em produtos de origem animal e vegetal, sistemas integrados de produção e segurança alimentar. Considerada o maior hub descentralizado de pesquisa do agronegócio, com soluções tecnológicas aplicadas na agricultura e na pecuária paulista, focadas nas peculiaridades locais e regionais, atendendo as necessidades das cadeias produtivas do agro.
Por
Lisley Silvério (MTb. 26.194)
lsilverio@sp.gov.br
Diretora do Departamento de Comunicação Regional – SAA
Assessora de Imprensa e Comunicação Institucional
Fonte: Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo