É em dezembro, mês das Festas, que o frango abatido atinge seu melhor preço no ano, certo? Errado. Ainda que por diferença mínima em relação a outubro – menos de meio ponto percentual – o melhor resultado do ano ocorre no mês de novembro – apontam os resultados dos últimos 18 anos.

Não é regra absoluta, mas nesse espaço de tempo (2005/2022) em apenas quatro ocasiões o preço de dezembro superou o de novembro. E se considerarmos os últimos 10 anos (2013/2022), isso só ocorreu uma única vez, em 2019. No restante dessa década os preços máximos se concentraram justamente em novembro (5 vezes). Nos dois últimos anos (2021 e 2022) o recorde ocorreu no mês de setembro.

É verdade que, em 2023, o comportamento de preços do frango vem sendo totalmente anômalo. Pela média dos últimos 18 anos deveria ter iniciado o exercício com uma cotação cerca de 6% superior ao valor médio do ano anterior. Mas não: abriu o exercício registrando valor 4% inferior à média de 2022.

O pior viria nos meses seguintes, pois, após breve recuperação em março, enfrentou outros quatro meses de decréscimo contínuo. Chegou a julho valendo (valores arredondados) 78% da média registrada em 2022. Ou quase 30% menos que a média dos 19 anos anteriores.

Mesmo em recuperação desde agosto, só em outubro passado o frango abatido voltou a alcançar valor nominal superior ao do início do ano. Tende a obter em novembro pelo menos 1% de ganho em relação ao mês anterior.

Deve, novamente, perder preço em dezembro? Não necessariamente, pois – como foi dito acima – 2023 vem sendo um ano totalmente anômalo para o produto. Mas, observado o comportamento do mercado, deve, no máximo, fechar o exercício com um valor nominal similar à média do ano passado. E isto corresponde a um valor mensal ainda inferior ao do encerramento de 2022.