O Programa Nacional de Educação Sanitária (Proesa) do Ministério da Agricultura e Pecuária esteve nos municípios de Tabatinga, Benjamin Constante Atalaia do Norte no estado de Amazonas com uma caravana educativa para o fortalecimento das ações de educação sanitária referentes à prevenção da monilíase na região Norte.
Intitulada como “Caravana de Educação para prevenção da monilíase: é preciso conhecer para combater!”, a ação teve como principal característica a atuação multi-institucional e multidisciplinar.
A ação ocorreu de forma simultânea nos três municípios em escolas municipais e estaduais, universidades e em comunidades de produtores rurais, comunidades indígenas urbanas e áreas indígenas aldeiados. “Para evitar a disseminação desta doença para outras regiões, é de grande importância levar a educação à população local, para que possam conhecer esta praga, suas medidas de prevenção e controle, assim como a sensibilização quanto à relevância da participação da comunidade para evitar a propagação da praga”, relata a chefe do setor de Educação Sanitária da Secretaria de Defesa Agropecuária, Juliana Moreira.
Foram realizadas em todas as atividades o uso de metodologias ativas, priorizando o diálogo como rodas de conversa, mapa falante, dinâmicas de grupo e cartazes traduzidos para a língua indígena Tikuna.
Ao todo, 929 pessoas foram sensibilizadas pela caravana, sendo 129multiplicadores (técnicos de instituições, agentes de saúde, gestores de educação, lideranças das comunidades indígenas, lideranças de agricultores, pescadores e extrativistas, entre outros); 644 estudantes dos ensinos fundamental, médio, técnico e superior e 156 agricultores indígenas. A média de conhecimentos sobre a monilíase no pré-teste foi de 57,8% e após as atividades de educação, foi de 90% de acertos. A disposição em colaborar para replicar o conteúdo foi de 91,6% dos multiplicadores.
“A Caravana da educação sanitária foi importante por ser um dos pilares da Defesa Fitossanitária, no processo de levar as informações sobre a praga monilíase às instituições, aos alunos das escolas municipais e estaduais, alunos dos cursos de meio ambiente e agrícolas, às comunidades rurais de produtores e indígenas e sociedade em geral”, destaca a chefe da Divisão de Defesa Agropecuária da SFA-AM, Consuelo Maria Lopes.
“Foi muito importante para a comunidade indígena Belém dos Solimões, para os agricultores e os jovens participantes da comunicação terem conhecido sobre esta nova doença para que não chegue nas nossas plantações do cupuaçu e cacau”, agradeceu a coordenadora da Associação Mapana de Belém dos Solimões, Adelina Ramos.
A Caravana Educação para prevenção da monilíase contou com a participação de representantes da Superintendência Federal de Agricultura no Amazonas (SFA-AM), da Comissão Executiva do Plano de Lavoura Cacaueira (Ceplac), da Agência de Defesa Agropecuária e Florestal do Estado do Amazonas (Adaf), do Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal do Estado do Espírito Santo (Idaf-ES), da Agência de Defesa Agropecuária do estado do Pará(Adepará), da Agência de Defesa Sanitária Agrossilvopastoril do Estado de Rondônia (Idaron) e as Secretarias Municipais dos referidos municípios.
Monilíase do cacaueiro e cupuaçuzeiro no Brasil
A monilíase, causada pela praga Moniliophthora roreri, é uma doença devastadora que afeta plantas do gênero Theobroma e Herrania, como o cacau (Theobroma cacao L.) e o cupuaçu (Theobroma grandiflorum), causando perdas na produção na produção de frutos e na renda dos agricultores e redução da oferta de cupuaçu e cacau no mercado.
O primeiro foco da praga no Brasil foi identificado em julho de 2021 em área residencial urbana no município de Cruzeiro do Sul, interior do Acre. Em novembro de 2022, um novo foco da praga foi detectado em comunidades rurais ribeirinhas, nos municípios de Tabatinga e Benjamin Constant, no estado do Amazonas.
O Mapa já atua nos dois estados para evitar a dispersão da praga para as áreas ainda onde não há presença da doença, principalmente para as regiões produtoras de cacau e cupuaçu. A doença atinge somente os frutos das plantas hospedeiras do fungo (cacau, cupuaçu, macambo, cupuí, cacauí e cacau morcego), sem riscos de danos à saúde humana.
Fonte: MAPA