Os preços da carne suína e do suíno vivo voltaram a cair em quase todas as regiões nos últimos dias após registrarem altas por duas semanas consecutivas, segundo o Cento de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea).
“Além da menor procura pela carne, típica deste período de mês, o movimento de baixa também vem sendo influenciado pela perda de competitividade da proteína suína em relação à bovina”, disse o Cepea em nota.
Até a sexta-feira (25), a carcaça suína especial acumulava queda de 2,25% no mês de agosto, a R$ 9,11 o quilo.
Um dos fatores que impedem maiores altas na cotação da carcaça suína é a correlação de preços com as demais carnes, segundo análise do consultor de mercado da Associação Brasileira dos Criadores de Suínos (ABCS) Iuri Pinheiro Machado.
“Cabe lembrar que quanto mais alta a relação percentual boi-suíno e quanto mais baixa a relação suíno-frango, mais competitiva é a carne suína em relação as outras”, disse ele em análise divulgada na semana passada.
O spread entre a carcaça bovina e suína, que no passado chegou a ultrapassar a marca de 150%, em julho deste ano atingiu o menor percentual do ano, de 70,6%, segundo Machado.
“O crescimento elevado da disponibilidade interna de carne suína ocorrido nos últimos anos, que contribuiu para uma das maiores crises da história da suinocultura, finalmente foi estancado. Entretanto, o aumento da oferta doméstica das demais carnes limita a subida do preço pago ao produtor”, disse o presidente da ABCS, Marcelo Lopes.
“Este ano se encaminha para fechar com um recuo nos custos da atividade, estabilização da produção com crescimento abaixo de 3% em relação ao ano passado e exportações recordes, com retomada de volumes expressivos para China e lenta e contínua pulverização para outros destinos.”
Por Anna Flávia Rochas
Fonte: CarneTec Brasil