Os últimos dados divulgados pela APINCO apontam que em junho passado foram produzidos no Brasil perto de 592 milhões de pintos de corte, volume 6,33% superior ao registrado um ano antes. Comparativamente ao mês anterior ocorreu redução de 2,65%, mas considerada a produção média diária (junho é mês mais curto) houve aumento de pouco mais de meio por cento.

Com esse resultado, a produção do primeiro semestre de 2023 somou 3,445 bilhões de cabeças, volume 4% superior ao do mesmo período de 2022. Já em 12 meses, o volume acumulado ultrapassou ligeiramente os 7 bilhões de pintos de corte, 2,5% a mais que o acumulado em idêntico período anterior.

Analisando-se os números do semestre, constata-se que o volume adicional do período (em relação ao primeiro semestre de 2022) foi de, aproximadamente, 133 milhões de pintos de corte. Transformado em carne (viabilidade de 96% e peso médio de 2,111 kg/cabeça, resultado apontado pelo IBGE no 1º trimestre de 2023) este volume corresponde a algo próximo de 270 mil toneladas adicionais.

A comparação não é perfeita, mas vale observar que, em idêntico período, o Brasil exportou perto de 225 mil toneladas de carne de frango a mais que nos mesmos seis meses do ano passado. Portanto, aparentemente, o volume adicional destinado ao mercado interno girou em torno das 45 mil toneladas – cerca de 7,5 mil toneladas mensais (em um universo de mais de 800 mil toneladas mensais), resultado que afasta a hipótese de super oferta interna. Quer dizer: o que persiste, mesmo, é a falta de poder aquisitivo do consumidor.