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É pleno Verão no Hemisfério Norte e mesmo assim Influenza Aviária continua fazendo vítimas

O vírus Influenza é típico do Inverno, certo? Errado. Em pleno Verão no Hemisfério Norte (e com algumas regiões enfrentando temperaturas extremas nunca antes observadas), o agente da Influenza Aviária continuam causando vítimas – senão na avicultura comercial, pelo menos entre as aves selvagens.

Os relatos mais recentes vêm da Noruega e da Finlândia, países em que a confirmação da morte de milhares de aves silvestres pela Influenza Aviária de Alta Patogenicidade vem levando à readoção de medidas que, recentemente abrandadas, estão sendo agora retomadas pela avicultura comercial.

O problema chega a prejudicar, até mesmo, os programas de férias de parte da população. Na Noruega, por exemplo, a Autoridade de Segurança Alimentar fechou à visitação pública três reservas naturais amplamente frequentadas no Verão norueguês depois que funcionários de Vadso, capital do condado de Finnmark (em pleno Ártico, mas hoje com temperaturas superiores a 10ºC), relataram ter coletado na região mais de 10 mil aves mortas pela doença.

“Os surtos que estamos enfrentando em vários lugares neste ano na Noruega são muito maiores do que os registrados no passado”, comentou Ole-Herman Tronerud, diretor veterinário da Autoridade Norueguesa de Segurança Alimentar em entrevista à Agência Reuters.

Bem ao lado, a vizinha Finlândia não só confirma o problema, como revela que ele vem sendo bem mais amplo. Ou seja: os serviços de saúde animal ratificam a ocorrência de surtos severos entre as aves selvagens, mas acrescentam que eles vêm se estendendo a granjas produtoras de peles. Há indicações de que o vírus já foi detectado em cerca de duas dezenas dessas granjas.

A propósito, virologistas do Departamento de Doenças Infecciosas do Colégio Imperial de Londres alertam que a saúde pública mundial está ameaçada pelo comércio global de peles. Chamam a atenção para a ocorrência de casos de H5N1 em granjas produtoras de peles da Finlândia e da Espanha e observam que a manutenção em cativeiro de animais como martas, raposas e visons pode atuar como reservatório de doenças zoonóticas, levando ao surgimento de futuros surtos e à evolução para futuras pandemias.

Comentam ainda que, como em qualquer outra produção intensiva, a criação objetivando as peles ocorre em um ambiente animal de alta densidade, o que permite uma rápida disseminação do vírus com potencial pandêmico – e sua adaptação a outros animais, o que dificilmente ocorreria na natureza.

 

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