Brasil está oferecendo um novo fôlego aos fluxos comerciais, permitindo correções de preços no curto prazo. Porém, mesmo que as chuvas sejam boas na Índia, o Hemisfério Norte terá volume adicional para exportar? A resposta pode depender dos estoques – e eles parecem apertados
Na semana passada, os preços do açúcar estiveram sujeitos a fatores externos como principais impulsionadores. Na segunda-feira (05/06), o adoçante não conseguiu romper o nível de resistência apenas para fechar nas mínimas em um mês, tanto no caso do açúcar bruto como do branco, em 24,4 USc/lb e 676,6 USd/t, respectivamente. O bom ritmo de moagem esperado no CS brasileiro desempenha um papel fundamental neste momento de baixa, assim como a previsão do departamento meteorológico indiano quanto ao nível da monção, em 96% do normal. A realocação dos fundos de quarta-feira da semana anterior, devido ao vencimento das opções, ajudou o açúcar a se movimentar lateralmente pelo segundo dia consecutivo, mantendo um mínimo de 24,38 Usc/lb.
No entanto, na quinta-feira (8/6) enquanto uma notícia sobre o El Niño conseguiu voltar aos holofotes e assustar alguns players do mercado, o Brasil iniciou um feriado prolongado (Corpus Christi) deixando todos ansiosos pelo novo relatório da Unica. Adicionando a esta receita o tempero da macroeconomia, com a queda do índice do dólar à sua mínima de três semanas, conseguimos a combinação perfeita para uma recuperação de preços. Ao final da sessão, o contrato do bruto conseguiu ganhar 4%, enquanto o branco subiu quase 3%. Esse movimento também foi sentido por outras commodities, como o café, que teve alta expressiva de 5,5%.
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O principal fator macro por trás da desvalorização do DXY é a antecipação da próxima reunião do Fed (13 e 14 de junho). A expectativa do mercado de uma ação mais branda (“dovish”) daqui para frente, com taxas possivelmente inalteradas, apesar da inflação persistente no país, abriu caminho para uma mudança no sentimento geral de risco. Muitos recuperaram as velhas notícias altistas e um pouco de coragem, levando a ganhos em todo o quadro de commodities.
O mercado físico de açúcar continua apertado no longo prazo, mas, como discutimos em nosso último relatório, monitorar o clima do Sudeste Asiático de junho a agosto tornou-se indispensável. No curto prazo, o Brasil fornecerá ao mercado internacional uma boa quantidade do adoçante, já que um mix açucareiro está mais que confirmado. No entanto, a próxima safra do Hemisfério Norte continua sendo o principal risco.
Não apenas isso, mas a recuperação global deve continuar sendo monitorada. Já discutimos anteriormente que os fundamentos acabam tendo um papel importante quando se trata da possibilidade de desaceleração econômica global e correção de preços, principalmente pela inelasticidade da demanda do açúcar. No entanto, qualquer redução de ritmo de crescimento econômico pode adicionar um limite a momentos altistas – principalmente quando os fundamentos começam a enfraquecer.
Portanto, é prudente acompanhar o movimento dos Banco Centrais e os resultados dos principais países. A economia chinesa, por exemplo, continua dando sinais mistos. Embora as exportações tenham caído mais do que o previsto (-7,5% vs. -0,4%), o que denota preocupação com a demanda global, as importações seguiram em sentido contrário. O país registrou queda de 4,5% nas importações, queda menos agressiva do que os 8,0% esperados pelo mercado.
O relatório está disponível aqui
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Fonte: Assessoria