Empresa estima abater cerca de 590 mil bovinos em 2023, 25% acima de 2022, e superar esta marca em 2024, segundo o diretor de Operações, Orlando Negrão
A Frigol espera gerar maior rentabilidade com as exportações em 2023 e nos próximos anos, após concluir a expansão da produção em suas três unidades, disse o diretor de Operações da empresa, Orlando Negrão, em entrevista à CarneTec.
A empresa estima abater cerca de 590 mil bovinos em 2023, 25% acima de 2022, e superar esta marca em 2024.
“Desde meados de junho e julho do ano passado, quando a gente começou a desenhar o planejamento de 2023, foi colocado o desafio de aumentar as capacidades de todas as unidades para que a gente possa conseguir ir atrás dos mercados mais rentáveis”, disse Negrão.
“O desenho da Frigol com três plantas, tendo as habilitações que ela tem, deixa a Frigol numa situação bastante confortável em relação às opções de mercado, e com rentabilidade.”
A Frigol já tem habilitações para exportar para mais de 60 países, incluindo China, seu principal mercado, Israel, Canadá, Irã, Líbano, Cingapura, Argentina e Reino Unido.
A empresa aguarda resposta da China sobre o pedido de habilitação da unidade de São Félix do Xingu (PA), e da Malásia, sobre a habilitação das plantas de São Félix do Xingu e Água Azul do Norte (PA). A Frigol também solicitou aos Estados Unidos a habilitação da unidade em Lençóis Paulista (SP), segundo Negrão.
Em maio, a Frigol reafirmou que espera aumento de 20% no faturamento em 2023, apesar de ter registrado prejuízo de R$ 15 milhões no primeiro trimestre e queda de 30% na receita bruta, na comparação anual.
No primeiro trimestre, o setor de carne bovina brasileiro foi impactado pela suspensão de cerca de um mês das exportações para a China, seguindo protocolo sanitário com o país após a confirmação de um caso atípico de encefalopatia espongiforme bovina.
Negrão disse que o primeiro trimestre da Frigol também não contemplou os resultados do investimento em expansão produtiva em todas as plantas da empresa.
A unidade de São Félix do Xingu, dedicada exclusivamente ao abate kosher e com habilitação para exportar para Israel, atingiu o aumento produtivo almejado antes do esperado, já no início de janeiro. Nas unidades de Lençóis Paulista e Água Azul do Norte, a rampa de aumento da produção começou em abril. Atualmente, as três unidades estão abatendo em sua capacidade máxima, segundo Negrão.
“Para 2024, teremos um abate maior no primeiro trimestre, porque as plantas ainda não estavam preparadas no primeiro trimestre de 2023, mas no primeiro trimestre de 2024, estarão”, disse ele.
“No ano que vem, vamos ter um número (de abates) superior ao almejado 590 mil (de animais). Neste ano, já está tudo andando conforme planejado para atingirmos os 590 mil tranquilamente.”
Em 2022, 53% do faturamento da Frigol foi gerado com vendas no mercado externo. Negrão espera que essa participação das vendas externas na receita aumente em 2023.
“Você vê nos últimos três a quatro anos, o consumo per capita de carne do brasileiro diminuindo… Mas ao mesmo tempo, com as exportações batendo recorde, isso vem se equilibrando e ganha-se em termos de direcionamento de produção”, disse Negrão.
O executivo disse que as soluções disponibilizadas pela Frigol ao varejo, como a entrega de produtos mais preparados para o consumo final, como a linha do projeto Açougue Completo, e a logística de entregas diárias com produtos mais frescos, diferenciam a Frigol no segmento.
“É esse o nosso mantra com relação ao mercado interno: sempre prestar um serviço diferenciado para que uma possível diminuição do consumo não afete diretamente o nosso share aqui dentro.”