A Seara, unidade da JBS S.A., ainda precisa elevar preços dos produtos para repassar o aumento dos custos dos grãos em 2018, disseram executivos do grupo durante teleconferência de resultados na sexta-feira (29).

“O número que a gente já conseguiu repassar é 7%, mas ainda tem que repassar 5% aos preços para compensar todo o aumento dos preços de grãos”, disse o CEO da companhia, Gilberto Tomazoni, que estima custos de grãos estáveis em 2019.

Tomazoni disse que a Seara tem priorizado marcas de maior valor agregado no seu mix, o que tem favorecido o desempenho da unidade.

Os executivos da companhia esperam que 2019 seja um ano com cenário mais favorável aos negócios do grupo, diante do aumento da demanda por carnes na China, país que enfrenta casos de Peste Suína Africana (PSA).

“A gente não tem previsão de quanto isso pode impactar (a demanda), mas é muito sério o que está acontecendo lá e terá um impacto importante no fluxo mundial de proteínas em todos os mercados”, disse Gilberto Tomazoni.

O surto da peste suína na China já está aumentando as importações de carne pelo país asiático e a JBS está bem posicionada para suprir esta demanda, segundo Tomazoni.

No Brasil, a JBS tem flexibilidade para ajustar sua capacidade de processamento de aves, suínos e bovinos para suprir o potencial aumento da demanda da China, de acordo com Wesley Batista Filho, que lidera as operações da JBS na América do Sul.

Os negócios da JBS USA também devem se beneficiar do aumento da demanda de carne na China, mesmo que os governos dos dois países não cheguem a um acordo comercial, segundo o presidente da JBS USA, André Nogueira.

Nesse caso, os EUA poderiam atender à demanda de outros mercados internacionais, enquanto outros grandes fornecedores de carne, incluindo o Brasil, elevam as exportações para a China, por exemplo.

Para os executivos, o aumento da demanda por proteína animal globalmente deve resultar em melhora nos preços e nas margens para a empresa.

Por Anna Flávia Rochas

Fonte: CarneTec Brasil