A JBS espera que mudanças nas condições de mercados onde atua colaborem para a melhora dos resultados da companhia nos próximos trimestres, após registrar prejuízo no primeiro trimestre de 2023, segundo executivos da empresa em teleconferência com analistas na sexta-feira (12).
A empresa teve um prejuízo líquido de R$ 1,45 bilhão no primeiro trimestre, devido aos altos custos de grãos, redução dos preços de carne de frango nos mercados internacionais, baixa disponibilidade de gado para abate nos Estados Unidos pressionando margens, entre outros fatores. O desempenho operacional da JBS USA Beef e da Seara também ficou abaixo das expectativas da empresa.
“Está claro que o primeiro trimestre deste ano não representa o potencial do nosso negócio e muito menos o que esperamos para este ano. O primeiro trimestre é um ponto fora da curva”, disse o presidente global da empresa, Gilberto Tomazoni.
“Nos próximos trimestres, esperamos condições melhores em vários mercados importantes.”
Nos Estados Unidos, a JBS vê aumento na demanda por proteínas e alimentos preparados a partir do segundo trimestre, com o início da temporada de churrascos. Segundo Tomazoni, o segundo e o terceiro trimestre são tradicionalmente os melhores para a indústria de carnes do país norte-americano.
O presidente da JBS USA, Wesley Batista Filho, disse que a demanda por carne moída nos EUA já está bastante alta, indicando uma temporada positiva de churrascos no país. Os anos de 2023 e 2024 deverão ser períodos de recomposição do rebanho norte-americano, em que as margens do negócio de carne bovina da empresa tendem a ficar baixas (low-single digit), mas com potencial de melhora no longo prazo (mid-single digit).
No Brasil, a retomada das exportações de carne bovina para a China e a abertura de mercados como Canadá, Filipinas e México devem colaborar para a melhora dos resultados nos próximos trimestres.
A redução nos custos de grãos e a reação nos preços internacionais de carne de aves favorecem os negócios da Seara e de outras unidades da JBS globalmente. Batista Filho disse que o segundo trimestre da Seara será “muito melhor que o primeiro trimestre”, mas ainda abaixo do potencial da companhia esperado no longo prazo.
Na Austrália, o ciclo de gado dá sinais favoráveis com melhora contínua na oferta de animais para abates, segundo os executivos. “A Austrália, a gente também tem a expectativa de que irá para um outro patamar de resultado”, disse Tomazoni, que mencionou ainda efeitos positivos da diversificação de negócios no país.
Por Anna Flávia Rochas
Fonte: CarneTec Brasil