A partir de dados governamentais e entrevistas com profissionais da área, o NovaCana traz um panorama que ilustra um problema gravíssimo que ocorre nos canaviais brasileiros
Cento e trinta e quatro anos é muito ou pouco tempo? Se por um lado pode parecer bastante, historicamente é praticamente nada. Tanto é verdade que, em 2022, 134 anos após a assinatura da Lei Áurea, que extinguiu o trabalho escravo no Brasil, 2.575 pessoas foram encontradas em situação análoga a de escravo, espalhadas por todo o país. A maioria delas estava trabalhando no cultivo de cana-de-açúcar, o segundo ciclo econômico brasileiro após a invasão portuguesa. Não coincidentemente, a maioria das vítimas são pobres, negras e com baixa escolaridade.
O tempo passou, mas a escravidão, não.
Somente no ano passado, 362 trabalhadores em condição análoga à escravidão foram encontrados no país na área de cultivo de cana. Os números são divulgados anualmente no Portal de Inspeção do Trabalho, do Governo Federal, por meio do Radar SIT.
O valor é o maior desde 2011, quando foram registrados 486 casos. Além disso, está 154,9% acima das 142 pessoas resgatadas em 2021. Do total de 2022, 36 trabalhadores foram formalizados no setor de cana-de-açúcar após ação fiscal, totalizando somente 9,9% do número integral de vítimas em situação precária.
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Fonte: NovaCana