Os resultados relativos ao bimestre inicial do ano apontam que as exportações brasileiras de carne de frango iniciaram 2023 com ainda maior dependência do mercado chinês.
No período, o volume destinado à China foi quase um quarto superior ao de idêntico período do ano passado e gerou aumento de 52% na receita cambial. Tal desempenho representou participação de 14,30% sobre o total exportado nos dois meses e de 17,95% sobre a receita resultante – índices que correspondem a aumentos de, respectivamente, 23% e 27% em relação ao registrado nos doze meses de 2022.
Mas o que chama a atenção no bimestre é o surgimento do Iraque entre os 10 principais importadores do produto brasileiro, com aumento de 502% no volume importado. Tal resultado representou mais da metade do total importado pelo Iraque em 2022 (56.241 toneladas) e fez com que aquele país subisse da 29ª posição (1º bimestre de 2022) para a oitava posição neste ano.
No mais, o quadro dos 10 principais importadores é o mesmo de um ano atrás, apenas se observando verdadeira “dança das cadeiras” entre alguns deles. Para este caso, o destaque cabe à Arábia Saudita, que retornou ao posto de segundo maior importador da carne de frango brasileira, voltando a ocupar o lugar que, no ano passado, ficou com os Emirados Árabes Unidos.
De sua parte, a Arábia Saudita acaba de importar quase três quartos a mais que o registrado no início do ano passado, com isso gerando praticamente o dobro da receita então registrada. Já os Emirados Árabes Unidos por ora em 4ºlugar – reduziram suas importações em 28,5%, queda que redundou em uma receita cambial perto de 23% inferior.
Na prática, porém, parece ter ocorrido apenas uma mudança no porto de entrada do produto brasileiro, pois, considerada a importação conjunta dos dois países, o volume importado permaneceu praticamente o mesmo do ano passado (123.652 toneladas, aumento de 1,36%). E como houve valorização no preço do produto, a receita cambial daí decorrente aumentou 15%.
É cedo, por ora, para uma projeção do total anual. Mas, lembrando que o bimestre inicial do ano tem sido marcado pelos mais fracos resultados de cada exercício e, ainda, que na média dos últimos 16 anos as exportações do bimestre corresponderam a perto de 15% do total anual, o resultado atual sugere, para 2023, exportações da ordem de 5,2 milhões de toneladas, quase 12% a mais que no ano passado.
Fonte: AviSite