Análise efetuada pelo AviSite a partir dos dados do CEPEA/ESALQ/USP relativos ao frango abatido resfriado comercializado no Estado de São Paulo indica que, em 18 dos últimos 19 anos (2004 a 2022), a melhor cotação mensal foi registrada na segunda metade do ano. A única exceção nessas quase duas décadas ocorreu em 2013, ocasião em que o preço máximo do ano foi obtido logo no início do ano, em janeiro.

Quanto aos menores preços de cada exercício – todos sabem – são registrados no segundo trimestre do ano, período de safra da carne bovina. E a maior incidência de mínimos ocorre no mês de abril.

Isto – ressalve-se e ressalte-se – até recentemente, porque nos últimos dois anos (2021 e 2022) o fundo do poço do frango abatido ocorreu no mês de janeiro. Anteriormente, só havia ocorrido em 2007, daí os três casos apontados na tabela. E como o “fenômeno” tende a se repetir em 2023 (a cotação média registrada em janeiro último retrocedeu ao menor patamar em 10 meses, isto é, desde abril do ano passado), essa é uma ocorrência que merece a avaliação do setor produtivo.

Igualmente digna de avaliação é a questão do preço máximo. No período analisado, ele ficou concentrado nos meses de novembro e dezembro (mais de 52% dos 19 anos), o que é absolutamente natural, pois abrange o maior consumo do período de Festas.

A questão maior, neste caso, é que tal comportamento se esgotou em 2020. Ou seja: nos dois últimos anos (2021 e 2022) os preços máximos foram atingidos no mês de setembro, retraindo-se a partir daí (antes, isso só havia ocorrido em 2005).

Obviamente, isso decorre do fato de o frango ter-se tornado prato do dia, perdendo parte do apelo de “prato de Festas” que tinha anteriormente (isto ficou reservado, apenas, às aves especiais). Mas a simples constatação de que (como ocorreu no ano passado) em dezembro o preço do frango retrocedeu ao menor nível do segundo semestre, equiparando-se (nominalmente) ao valor registrado no mês de abril sugere necessidade de maior atenção à questão.