A Minerva Foods tem expectativas positivas para o ano de 2023, apesar de um primeiro trimestre ainda desafiador, que também deve ser impactado pela suspensão das exportações de carne bovina brasileira para a China devido ao caso de encefalopatia espongiforme bovina (EEB) identificado na semana passada, segundo executivos da companhia em teleconferência na sexta-feira (24).
“O primeiro trimestre, a gente acha que ainda vai ser um trimestre difícil, ainda mais com esse caso de BSE (sigla em inglês para EEB), mesmo com a visão de que isto se dissipa no curto prazo”, disse o diretor financeiro da Minerva, Edison Ticle, na teleconferência com analistas de sexta-feira.
“Mas, obviamente, tirar um mercado importante como a China, vai ter um impacto em margem e Ebitda enquanto o mercado ficar fechado”, disse Ticle.
No quarto trimestre de 2022, a empresa teve um prejuízo líquido de R$ 25,7 milhões, quando as vendas para a China já haviam caído.
A Minerva espera que o mercado chinês fique fechado para o Brasil por pouco tempo, considerando que a China também tem grande dependência da carne brasileira.
O presidente da Minerva, Fernando Galletti de Queiroz, disse que os estoques de carne bovina chineses estão baixos e os preços têm aumentado desde o anúncio da suspensão das exportações do Brasil para o país asiático.
A Minerva pretende atender à demanda chinesa via plantas no Uruguai e na Argentina, enquanto as exportações do Brasil estiverem suspensas. “A gente está vendo o preço subindo e as exportações de Uruguai e Argentina devem até conseguir rentabilizar mais com o mercado do Brasil fechado”, disse Ticle.
Os executivos disseram que a expectativa para o ano de 2023, após um primeiro trimestre mais difícil, é positiva, com potencial aumento entre 10% a 15% nos volumes de venda da companhia neste ano.
Queiroz ainda citou uma potencial abertura do mercado do México para a carne bovina brasileira neste ano, como oportunidade para o Brasil em momento em que os Estados Unidos enfrentam redução na disponibilidade de animais para abate.
Por Anna Flávia Rochas
Fonte: CarneTec Brasil