O ano de 2022 encerrou com recorde histórico para o agronegócio de Santa Catarina, informou a Secretaria de Estado da Agricultura, da Pesca e do Desenvolvimento Rural na quinta-feira (19).
Ao todo, mais de 1,7 milhão de toneladas de carnes – suína, de frango, bovina, de perus, patos e marrecos – foram embarcadas, gerando faturamento que passa de US$ 3,8 bilhões, um aumento de 13,4% em relação ao ano anterior.
O estado segue como maior produtor de suínos e segundo maior produtor de aves do Brasil, com acesso a 137 países, entre eles os mercados mais exigentes do mundo.
De acordo com o secretário de Estado da Agricultura, da Pesca e do Desenvolvimento Rural, Valdir Colatto, o governo estadual permanecerá atento para manter os mercados abertos e reduzir os custos de produção, além do cuidado na manutenção do status sanitário.
“Temos que evitar a entrada de doenças que possam prejudicar nossos rebanhos e manter a excelência e a qualidade da nossa produção. Vamos trabalhar para que Santa Catarina continue forte nas exportações e também no mercado interno, garantindo a alimentação dos brasileiros e fornecendo alimentos para o mundo”, disse ele em nota.
Em dezembro, os embarques de carnes chegaram a 147,9 mil toneladas, alta de 3,3% em relação a igual mês de 2021. As receitas passaram de US$ 340,9 milhões, aumento de 20,9% na comparação anual.
Sindicarne vê 2023 com cautela
Mesmo com os bons resultados do ano passado, o setor produtivo entra em 2023 com movimentos mais cautelosos. O presidente do Sindicato das Indústrias da Carne e Derivados de Santa Catarina (Sindicarne), José Antônio Ribas Júnior, explicou que o ano inicia com várias questões a serem resolvidas e que impactam diretamente o agronegócio brasileiro: alta nos preços dos grãos, problemas de logística e questões tributárias e fiscais.
“Vamos viver altos e baixos. Teremos algumas dificuldades de mercado e, ao mesmo tempo, a abertura de novos mercados e aumento de volumes embarcados. É um ano para termos cautela, para tentar equilibrar oferta e demanda, para conseguirmos remunerar a cadeia produtiva e colocarmos alimentos à disposição de todos. Faremos movimentos mais realistas em termos de produção”, disse o dirigente na mesma nota.
Carne de frango
Carro-chefe das exportações catarinenses, os embarques de carne de frango passaram de 1 milhão de toneladas em 2022. E o faturamento atingiu a marca de US$ 2,2 bilhões, alta de 19,5% ante 2021.
São mais de 130 países compradores e os principais mercados da avicultura catarinense são Japão, Holanda e China.
Segundo o analista do Centro de Socioeconomia e Planejamento Agrícola (Epagri/Cepa), Alexandre Giehl, 2023 deverá trazer grandes desafios para o setor, principalmente na questão sanitária, porém, será mais um ano de resultados positivos.
“A perspectiva de expansão da influenza aviária em diversos países exportadores, em especial os Estados Unidos, deve gerar oportunidades de negócios para o Brasil. Além disso, a continuidade do conflito entre Rússia e Ucrânia também aumenta a demanda internacional pelo produto, já que os dois países são importantes produtores e exportadores de carne de frango e o conflito entre ambos prejudica sua participação no mercado mundial”, explicou Giehl no mesmo comunicado.
Carne suína
Com mais de 80 mercados abertos, a suinocultura catarinense vem ganhando cada vez mais espaço internacional. Em 2022, o setor bateu o recorde nas exportações, chegando a um faturamento de US$ 1,4 bilhão. O valor representa 56,3% do total brasileiro. Foram 602,1 mil toneladas embarcadas, crescimento de 4,1% em relação ao ano anterior. Os principais mercados de Santa Catarina são China, Filipinas e Chile.
Ao longo de 2022, os catarinenses aumentaram substancialmente as vendas para países como Filipinas (+138,5% em volume e +164,1% em receita) e Japão (+80,4% em volume e +67,4% em receita).
Os números são divulgados pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic) e analisados pelo Epagri/Cepa no Boletim Agropecuário de janeiro.
Fonte: CarneTec Brasil