Levando em conta que a produção do frango e do ovo continua afeita a custos que superaram, e muito, a inflação oficial, seria natural que também no varejo seus preços ficassem acima do custo de uma cesta básica, na qual estão inclusos produtos– como sabonetes, desodorantes, papel higiênico e variado tipo de alimentos – que embora igualmente sujeitos a custos elevados, são bem menos dependentes de matérias-primas cujos preços explodiram, caso principalmente do milho.
Mas não é bem isso que demonstram os dados divulgados mensalmente pelo PROCON-SP mostrando a evolução do custo de uma cesta básica entre os consumidores paulistanos. Pois, tomado como referência o mês (janeiro de 2020) que antecedeu por curto espaço de tempo o reconhecimento da pandemia pela OMS (março de 2020), constata-se que só em outubro passado (último dado divulgado pelo PROCON-SP) frango e ovo registraram evolução similar à da cesta básica.
Em outubro, a cesta básica do Procon-SP custou R$1.241,36, valor que representou aumento de pouco mais de 57% em relação a janeiro de 2020. Pois nesse mesmo período a valorização do frango resfriado ficou ligeiramente aquém, em 56,3%. Notar, além disso, que em apenas quatro dos 34 meses considerados (isto é, entre setembro e dezembro de 2021) os preços do frango evoluíram acima do custo da cesta básica.
Com o ovo a situação não foi muito diferente pois, a exemplo do frango, também havia registrado evolução de preço superior à da cesta básica em somente quatro meses – em fevereiro de 2020 (período de Quaresma) e, imediatamente na sequência, no trimestre março/maio, ocasião em que, com o reconhecimento da pandemia e a decretação geral de lockdowns, tornou-se o alimento base da população.
E só nos dois últimos meses do levantamento (setembro e outubro) é que registraram evolução de preço superior à da cesta básica, mesmo assim, em índices pouco significativos, que não repõem o que ficou perdido para trás: 62% de incremento, somente cinco pontos percentuais a mais que a cesta básica.
Ressalte-se, neste caso, que os aumentos de preço registrados ocorreram exclusivamente no varejo. Pois, ao nível do produtor ou mesmo no atacado da cidade de São Paulo, além de permanecerem inalterados no bimestre, os preços do ovo retrocederam quase 5% em relação ao mês de agosto.
Fonte: AviSite