O Rabobank espera retomada do consumo brasileiro de carne bovina em 2023, com alta de 1,5% em relação ao registrado em 2022, segundo relatório sobre perspectivas para o agronegócio brasileiro divulgado na semana passada.
A produção brasileira de carne bovina deverá aumentar 2% em 2023, impulsionada por maior oferta de gado para abate.
A China deverá continuar a ser o principal destino das exportações brasileiras do produto, apesar de riscos de novas suspensões dos embarques e expectativas de desaceleração da economia chinesa.
A maior oferta de carne bovina em 2023 tende a reduzir a competitividade da carne suína, segundo análise do Rabobank.
“O início de 2023 será o primeiro desafio para o setor. A redução sazonal na demanda para a China (que já preparou os estoques para o feriado do Ano Novo chinês) e a queda sazonal do consumo doméstico, são fatores que devem trazer um cenário de pressão nos preços do suíno vivo e da carne suína no atacado/varejo, com o próprio mercado testando o poder de compra do consumidor”, disse o Rabobank.
O banco estima aumento de 1% na oferta de carne suína no Brasil em 2023, puxada por aumento de 2% no volume de exportações.
A competitividade do Brasil no mercado externo tende a continuar favorecida em um cenário em que países produtores de suínos enfrentam problemas sanitários como peste suína africana e síndrome respiratória e reprodutiva dos suínos (PRRS).
A oferta global de carne suína deverá seguir pressionada em 2023 como resultado da desaceleração da produção na China a partir da segunda metade deste ano e expectativas de novas quedas nos abates da União Europeia e Reino Unido, impactados por aumento dos custos de produção da alimentação e da energia.
Para o segmento de carne de frango, o Rabobank estima crescimento de 1,5% na produção em 2023, sustentada principalmente pelo setor de exportação.
As exportações brasileiras de carne de frango deverão aumentar 3%, sendo que a forte competitividade do Brasil no mercado externo deverá continuar gerando oportunidades.
No mercado doméstico, a menor diferença de preços esperada em relação à carne bovina tende a limitar a continuidade do ritmo de aumento de consumo per capita da carne de frango.
Por Anna Flávia Rochas
Fonte: CarneTec Brasil