PREÇO MÍNIMO E CUSTO DE IMPORTAÇÃO
Olá amigo da seringueira!
Hoje estou diretamente da sede a APABOR em São José do Rio Preto com a Coluna GEB-10.
Volta de Feriado em Singapura com Bolsas em queda livre. A TSR fechou o pregão desta terça feira a USD1,23.
Dólar por aqui pelo menos se manteve em alta fechando o dia a R$5,30 o Ptax compra.
Esta combinação está levando a referência GEB-10 DEZ JAN a R$7,54 queda de 9,41% frente os atuais R$8,32 válidos agora para OUT e NOV.
Na semana destaque para mais um capítulo na história do Programa de Preços Mínimos da CONAB.
A APABOR esteve com a equipe da CONAB em São Paulo conversando sobre a tomada de preços compartilhando algumas recomendações como:
A atenção ao DRC, a identificação de impostos federais embutidos, a diferenciação entre Coágulo e Látex e a sazonalidade produtiva.
Este último em especial chamou a atenção do grupo da CONAB pois de fato os valores que vinham sendo coletados diziam respeito as últimas negociações do final da última safra. Como quase não teve produção em setembro, os valores estavam aparentemente distorcidos.
Com uma nova tomada de preços a CONAB já identificou que de fato o preço do mercado está abaixo do mínimo de R$4,46 e já anunciaram que vão formalizar esta questão para a Política Agrícola do Ministério da Agricultura.
Com a bola no lado deles, é hora de o Ministério elaborar a portaria e publicar a chamada para os leilões.
A ABRABOR está trabalhando a todo vapor para conseguirmos o quanto antes este subsídio que apesar de não resolver estruturalmente os problemas da nossa cadeia certamente será uma ajuda importante sobretudo para nossos seringueiros cujo orçamento familiar vem sendo prejudicado nos últimos anos com sucessivas perdas de poder de compra frente a inflação.
E inauguramos hoje o quadro: Pergunta Seringueira. Você posta sua pergunta nas redes sociais da Apabor, Jornal Campo Aberto ou seringueira.com.br e nós respondemos por aqui.
E hoje a pergunta veio do nosso amigo da seringueira Rafael Relva, fala Rafa, ele pergunta:
“Me responda por favor o por que as usinas não estão respeitando a queda dos 12% Essa queda que estão querendo repassar para gente e maior que isso!
Sobre isso ninguém fala! Isso que eu acho engraçado! ”
Bom Rafael, a resposta para sua pergunta é a mesma resposta que demos no final do ano passado quando os preços no campo subiram mais do que a variação da referência, ou seja, o custo de importação.
Ou seja, assim como no final do ano passado o custo de importação mais alto, aumentou o valor de venda do GEB pago pelas pneumáticas e consequentemente aumentou o valor do coágulo pago pelas usinas, a recente queda neste custo fez acontecer o contrário.
O preço de se importar um contêiner que era de 10 mil dólares em outubro do ano passado, agora está 4 mil dólares por contêiner.
Com isso, obviamente as indústrias estão importando muito mais e menos dependentes das compras locais.
Essa mudança esfriou as negociações e as usinas por sua vez, com um preço menor nas suas vendas de GEB, estão com menos margens para compra do coágulo.
Isso para não falarmos do aumento dos custos de beneficiamento: energia elétrica, gás, diesel…
Por fim, somamos tudo isso com justamente o momento em que o preço internacional está derretendo devido a menor crescimento econômico mundial e recessão nas principais economias consumidoras de borracha natural.
São tempos difíceis, mas não serão os primeiros nem os últimos. Importante agora é usarmos de todos os meios para suportar a tormenta: preço mínimo, taxa de importação para pneus e outros produtos com conteúdo de borracha e sem nos esquecermos da melhoria continua na produtividade de nossos seringais.
Seguimos juntos e por aqui tentando ajudar vocês a entenderem melhor o mercado com informações atuais e de qualidade!
Diretamente da sede da APABOR em São José do Rio Preto, eu sou,
Diogo Esperante
Diretor Executivo da APABOR
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