Divulgação/SAP/Mapa
Um dos temas foi a avaliação dos dados de capturas e outras informações da pesca do Brasil e países-membros da ICCAT referentes ao ano 2021
Pesquisadores brasileiros participaram, de 19 a 30 de setembro, da reunião anual do Grupo de Espécies e Comitê Estatístico e de Pesquisa (SCRS) da Comissão Internacional para a Conservação do Atum Atlântico (ICCAT), em Madri.
Neste ano, foram debatidas a avaliação dos dados de capturas e outras informações da pesca do Brasil e países-membros da ICCAT referentes ao ano 2021, a gestão da pesca e conservação das diferentes espécies de atuns, espadartes e tubarões, além do planejamento científico para o ano de 2023.
O Brasil tem expressiva participação no Comitê, ao apresentar os resultados dos projetos de pesquisa financiados pela ICCAT.
Uma das pesquisas apresentadas, feita pelo professor e pesquisador em Recursos Pesqueiros e Aquicultura da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), Paulo Travassos, trata do material sobre a reprodução e a migração da albacora branca, assim como os resultados da avaliação de estoques do peixe bonito-listrado do Atlântico Oeste e Leste.
Outro material traz a proposição de medidas de gestão para ambos os estoques e do plano de ações para 2023, de autoria do professor e pesquisador da Escola do Mar, Ciência e Tecnologia da Universidade do Vale do Itajaí (Univali), Rodrigo Sant´Ana. Foram apresentados os resultados preliminares do modelo de avaliação de estratégia de gestão para o bonito-listrado do Oeste do Atlântico, do professor e pesquisador do Departamento de Ciências do Mar da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp),Bruno Mourato.
Os pesquisadores integram o Banco Técnico Científico, que subsidia os Comitês Permanentes de Gestão – CPGs da Secretaria de Aquicultura e Pesca.
Os resultados da reunião na Espanha serão submetidos à Comissão Internacional para Conservação do Atum Atlântico (ICCAT) para discussão entre os países signatários. A partir dessa discussão, são tomadas medidas sobre manutenção da pesca em águas internacionais e cotas de capturas das espécies com elevado valor econômico.
Participação do Brasil na ICCAT
A comissão é uma organização pesqueira intergovernamental responsável pela conservação de atuns e espécies afins no Oceano Atlântico e mares adjacentes, que compila estatísticas de pesca de seus membros e de todas as entidades que pescam estas espécies no Atlântico.
De acordo com o último relatório publicado pela ICCAT, em 2020, a frota brasileira de pesca de atuns e afins era composta por 332 embarcações, incluindo cerca de 263 artesanais e de pequena escala. Cerca de 42% de todas as capturas brasileiras desses pescados são provenientes de embarcações artesanais e de pequeno porte (10 metros a 20 metros), baseadas predominantemente nas regiões Sudeste e Nordeste.
A captura brasileira de atuns, incluindo marlins, tubarões e outras espécies foi de 46.801 toneladas, sendo que a maioria das capturas decorreu pela pesca artesanal (38%). Já a pesca por isca foi responsável pela segunda maior captura em 2020, representando 36% (16.807 toneladas) do total de pescados capturados.
Os dados foram levantados com apoio da Secretaria de Aquicultura e Pesca ao Subcomitê Científico da Comissão Permanente de Gestão da Pesca do Atum no Brasil. As informações possibilitaram diversas atividades científicas, como a coleta de dados biológicos, a distribuição do tamanho dos peixes capturados, a investigação sobre as capturas acessórias de aves marinhas e tartarugas marinhas na pesca com espinhel e o desenvolvimento de medidas para evitar as suas capturas.
Fonte: MAPA