Produtor Sander Verburg, de Arapoti (PR), venceu em duas categorias o Prêmio CNA Brasil Artesanal
Da união do leite produzido na propriedade da família, em Arapoti (PR), com especiarias variadas e uma receita holandesa, nasceu o queijo Gouda Cornélia, do produtor Sander Verburg, um dos ganhadores do Prêmio CNA Brasil Artesanal-Queijos.
A receita veio para o Brasil por meio da avó do produtor que migrou da Holanda na década de 60. Ela ensinou a técnica para as noras e a receita passou de geração em geração até chegar a Verburg, que aprendeu com a mãe a arte de fazer o queijo artesanal.
“Minha vó fazia esse queijo na Holanda, na época até produzia um queijo renomado e premiado por lá. Após a família migrar para o Brasil, ela continuou a fazer queijos para consumo próprio e da família. Minha mãe aprendeu e com o passar dos anos. Em 2021, voltei da Holanda para também ajudar na queijaria. Hoje eu faço os queijos e assim se inicia a terceira geração”, afirmou.
O produtor ficou em primeiro lugar em duas categorias do Prêmio CNA Brasil Artesanal: queijos com “30 a 180 dias de maturação” e “aromatizados e/ou condimentos”. O queijo premiado é uma homenagem à avó de Verburg que se chamava Cornélia.
O produto é feito com leite cru e no aromatizado foi adicionado o feno-grego, especiaria também usada na cozinha indiana que deu ao queijo um sabor com toques de nozes.
Trocar a vida corrida na Holanda pela vida no campo no Brasil foi uma das vantagens que Verburg viu na produção de queijos artesanais. Antes de se mudar, ele e a esposa fizeram um estágio em uma queijaria na Holanda para aprender o básico.
“Minha esposa sempre teve o desejo de ter uma vida no campo, mais próximo da natureza e mais espaço à sua volta. Quando, em 2020, minha mãe expandiu a queijaria, ela percebeu que teria bastante trabalho adicional para manter o negócio girando, então surgiu a ideia de eu migrar para o Brasil e deixar a vida na Holanda para ajudá-la na queijaria.”
Segundo Verburg, o prêmio CNA Brasil pareceu uma boa oportunidade para ver como o queijo que produz se sairia nos concursos nacionais e, assim, também avaliar o desempenho da produção. Esse foi o primeiro concurso que participam e o primeiro prêmio do queijo Cornélia.
“Com esse prêmio, o reconhecimento veio maior do que esperávamos. É muito gratificante poder mostrar à minha mãe que estamos dando continuidade ao legado que ela e minha avó nos passaram. O dinheiro do prêmio será usado para executar melhorias no processo de produção”, disse.
Além de melhorar a produção, o produtor quer obter o Selo Arte e acredita que o prêmio pode ajudar a dar “largos passos” nesse processo.
“A premiação ajuda a dar muita visibilidade para nosso produto, mas também para nossa cidade e a cultura da nossa região. Espero que a política nacional, estadual e, principalmente municipal, olhe para os pequenos produtores que querem seguir o caminho certo com as devidas inspeções.”
Sander Verburg disse que os filhos terão a liberdade de escolher seu próprio caminho, mas pretende passar a eles a técnica aprendida com a mãe.
“Meus filhos ganharão a liberdade de aprender e desenvolver os seus dons e, se caso um desses dons for fazer queijo, serei o primeiro a estimulá-los nessa trajetória. Hoje, brincando, eles já nos ajudam a virar queijos, embalar e atender clientes”, concluiu.
Fonte: CNA