SENAR-SP contribui com a formação e a qualificação para aprimorar o trabalho no campo
Pequenos produtores são os que têm maior dificuldade em obter mais lucro, já que não possuem todos os recursos dos grandes empresários do agronegócio. Mas mesmo em propriedades rurais de menor porte é possível ter renda e ganhos acima do esperado. Contudo, o pequeno produtor precisa, antes disso, buscar remuneração, que é o valor justo pelas horas dedicadas ao trabalho na terra – da mesma forma que ele receberia se trabalhasse para um empregador. É o que esclarece Júlio Cézar Marques Soares (@agrojulio), engenheiro agrônomo, especialista em agronegócios e instrutor do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (SENAR-SP), há mais de vinte anos, em cursos de diversos segmentos da agricultura e pecuária. “Em seguida ele precisa ter renda, que é a chamada ‘remuneração dos fatores de produção’, e depois disso é que começará a buscar o lucro”, diz ele.
Segundo Júlio, alguns proprietários optam por trabalhar em uma única atividade. “Se esta for a opção, ele tem de ser um especialista. Por exemplo, um criador de bovinocultura de leite tem de se especializar na atividade leiteira. Isso demanda muito conhecimento técnico”, afirma o instrutor. O resultado se dará quanto maior for o domínio de todo o processo de produção. Usando outro exemplo, o da bovinocultura de corte, é importante que o pecuarista entenda sobre a criação, engorda, abate e até a venda direta ao consumidor final – sem a participação de terceiros, ele recebe o valor total da venda, otimizando os lucros. De maneira geral, no Estado de São Paulo, Júlio aconselha a diversificação do produtor. “Para ajudar nessa trajetória, ele necessita de algum tipo de assistência, e a atuação do SENAR-SP é muito importante, por meio dos cursos de formação profissional, para tirá-lo de um marco de baixa gestão em direção a uma boa gestão, com noções estratégicas para melhorar os resultados. Depois que esse trabalho inicial estiver bem estabelecido, com eficiência, aí sim é possível aumentar o lucro”, esclarece. Ele aponta ainda que há municípios que não possuem estrutura suficiente capaz de dar suporte ao pequeno proprietário, o que torna ainda mais necessária a atuação do SENAR-SP. “Quem está indo ao campo com essa função é o SENAR-SP, e em muitas situações também em parceria com o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE)”, afirma. Julio sugere que os pequenos proprietários participem do Programa Empresário Rural (PROER), do qual é instrutor desde a implantação em São Paulo. “Tem situações em que o negócio já nasceu errado, sem um estudo preliminar sobre a viabilidade do projeto. Nesses casos pode ser que dê tempo de salvar, mas nem sempre é possível”, conclui.
Outros cursos também favorecem quem atua no campo, colaborando ainda na melhoria da qualidade de vida, segundo Teodoro Miranda Neto, chefe da Formação Profissional do SENAR-SP. Além das ações de Formação Profissional Rural, o SENAR-SP oferece Atividades de Promoção Social, do Programa Promovendo a Saúde no Campo e vários cursos de Ensino à Distância em nosso portal. “São trabalhos por cadeias produtivas e ações pontuais dentro de cada uma delas”, diz. “Não há uma ‘receita de bolo’ de como melhorar o potencial produtivo. Para cada cadeia de produção existe uma série de ações para agregar valor aos produtos e, consequentemente, proporcionar mais retorno”, destaca.
Miranda Neto relaciona alguns pontos importantes que influenciam no bom desempenho e podem influenciar na melhoria da lucratividade: “A análise do potencial da propriedade rural; o levantamento das possibilidades de implantação – vegetal, animal ou de serviço, a exemplo do turismo rural”, enumera. Ele também cita como opções a análise de mercado e a especialização, por meio dos cursos do SENAR-SP, nos segmentos que o proprietário escolher, e que incluem visitas técnicas, elaboração de plano de negócios, análise de viabilidade e outras ações.
Administrar uma propriedade rural não é simples e requer planejamento e organização, mas é possível tornar os processos mais eficientes para um melhor controle da gestão. A partir daí é possível ter uma visão ampla do negócio como um todo, a fim de aperfeiçoar e diversificar ainda mais. O manejo integrado da propriedade propicia a redução de custos. Um bom exemplo é de pecuaristas que reaproveitam o esterco de seus animais para adubar plantações.
Cada vez mais as tecnologias estão ao alcance também dos pequenos produtores, como sistemas de irrigação que mantêm as lavouras regadas mesmo em épocas de estiagem; ou pulverizadores de inseticidas que evitam perdas de plantações. O investimento nessas tecnologias compensa em resultados, para o aumento da produção e do lucro. Dentre essas tecnologias, os softwares de gestão são de grande auxílio em relação a levantamento de dados para análise de custos, controle de insumos e outras informações que ajudam no dia a dia do campo.
Além do SENAR-SP, a Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo (FAESP) e os sindicatos rurais atuam em conjunto na defesa dos interesses dos produtores para auxiliar na persistência de suas atividades e para que continuem tendo um desempenho exuberante, contribuindo para a força do agronegócio paulista.
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Fonte: FAESP