Nos cinco primeiros meses de 2022 apenas dois países entre os 10 principais importadores da carne de frango brasileira reduziram o volume adquirido: China e Arábia Saudita. Ou seja: os mesmos que, há alguns anos, vêm ocupando as posições de líder e vice-líder do setor.
A China mantém a liderança. Mas reduziu o volume importado em pouco mais de 4% e, com isso, sua participação no total exportado pelo Brasil caiu quase 11%, recuando para 12,83%. Com a valorização do produto, a receita cambial decorrente desse volume aumentou mais de 10% mas, ainda assim, a participação chinesa na receita cambial total da carne de frango também retrocedeu em relação a idêntico período de 2021: representou 14,34% dos (quase) US$2,4 bilhões acumulados no período, queda anual de 17,12%.
As reduções por parte da Arábia Saudita foram bem mais significativas. O volume importado caiu 40% e, com isso, os sauditas recuaram da segunda para a quinta posição entre os 10 principais importadores. Como resultado, a participação da Arábia Saudita no volume total exportado pelo Brasil recuou mais de 44%, ficando em apenas 6,44% (contra 11,5% nos mesmos cinco meses de 2021). Em decorrência, também a receita cambial sofreu redução – de 17,28%, fazendo com que a participação recuasse de, aproximadamente, 13% para menos de 8%.
Tais perdas, entretanto, não afetaram as exportações brasileiras em relação ao Oriente Médio. Porque foram compensadas pelos Emirados Árabes Unidos, cujas importações no ano aumentaram perto de 80%, gerando divisas praticamente 127% maiores que as de um ano atrás.
Aliás, somados, neste ano, os volumes exportados para Emirados e Arábia Saudita, tem-se um incremento de 7,5% que, por sua vez, geraram receita cambial 33% superiores às de janeiro/maio de 2021.
Ainda no Oriente Médio – mas não integrando o rol dos 10 maiores importadores – surpreendem os índices de evolução registrados pelo Irã. No ano passado, entre janeiro e maio, o Brasil destinou ao mercado iraniano apenas 548 toneladas de carne de frango. Neste ano, em idêntico período, o volume exportado aumentou mais de 18 mil vezes, chegando às 10.166 toneladas. E a receita, de apenas US$854/tonelada, encontra-se agora em US$17,5 mil/tonelada.
Nesses cinco meses, a carne de frango brasileira chegou a 155 países, frente a 151 países um ano atrás. Entre eles, na última posição (155º lugar), aquele que vem sendo, neste ano, o terceiro maior importador da carne de frango dos EUA: Taiwan – ou seja, a China nacionalista – que recebeu do Brasil apenas 24 toneladas do produto.
Fonte: AviSite