Inúmeras análises anteriores já demonstraram que, historicamente, o frango vem registrando preços reais decrescentes, desempenho decorrente da produção continuamente crescente, fator que o tornou a principal carne consumida pelos brasileiros. Esse processo, no entanto, foi interrompido nos últimos quatro anos.
Como aponta o gráfico abaixo – mostrando a evolução de preços do frango vivo desde janeiro de 2012 até abril de 2022 – ao final de 2018 o produto chegou a ser cotado por valor inferior ao alcançado quase seis anos antes, no final de 2012. Mas, considerados os valores médios registrados em um quinquênio (de 2013 para 2018), os preços alcançados ao nível do produtor aumentaram cerca de 13%.
Pois bem: em valores reais – isto é, deflacionados pelo IPCA do IBGE – esses preços seguiram caminho inverso, apresentando redução de 16,5%. Uma queda que, naturalmente, foi repassada ao consumidor.
Tal processo começa a sofrer reversão em meados de 2018. Inicialmente, pela valorização das três carnes no mercado internacional. Mas, depois, sobretudo pela explosão de preços das duas principais matérias-primas do setor, milho e farelo de soja.
Não consta do gráfico mas, entre 2012 e 2018 os preços alcançados nominalmente pelo milho, por exemplo, evoluíram perto de 33%, ou seja, 2,5 vezes mais que os 13% do frango. Já nos três anos seguintes (ou pouco mais) registram evolução de, quase, 133%.
Frente a tais condições, o frango não fez mais que acompanhar. Mas mesmo ao final de 2021 continuava a uma enorme distância do milho, visto seu preço médio, no ano, ter evoluído apenas 32% em relação à média de 2018.
Apesar de relativamente pequeno, o aumento no preço nominal se refletiu também no preço real.
Assim, se entre 2013 e 2018 o preço real do frango vivo apresentou redução de 16,5%, em apenas um triênio (2019/2021) acumulou alta de 23%.
Fonte: AviSite