Enquanto, no mercado externo, o frango experimenta forte valorização em decorrência da guerra e dos altos custos de produção, internamente vive situação inversa, sofrendo depreciação.
Assim, após dois meses de significativa recuperação e após alcançar, no mês de abril, a melhor cotação nominal de todos os tempos, o frango vivo voltou a desvalorizar-se, fechando maio com um valor médio quase 5% inferior ao do mês anterior.
Excesso de produção? Sazonalidade (período de safra)? Com certeza não, pois a redução observada foi inferior à do frango abatido, cujo preço médio recuou perto de 8% no mês. Ou seja: a oferta de aves vivas permanece ajustada, sem excedentes, e só não consegue manter preços porque, na ponta final do processo, o consumidor, com baixo poder aquisitivo, permanece retraído e ocasionando a retração tanto do frango abatido como do vivo.
Não por menos, o frango vivo ainda permanece com a segunda melhor média mensal de todos os tempos. Mas isso – é bom deixar claro – apenas nominalmente, pois, devido à inflação, a média de maio passado acabou ficando, em valores reais, abaixo do que foi registrado no quadrimestre julho/outubro de 2021.
Claro, o que vai chamar a atenção no balanço do mês é o fato de que, apesar dos pesares, o preço médio de maio ainda registra variação positiva de 17% em relação ao mesmo mês do ano passado. Mas, em termos reais (e, sem ainda, considerar a inflação de maio, que somente será divulgada na semana que vem) o “ganho” efetivo cai para pouco mais de 5%, o que, sem dúvida, é insuficiente para neutralizar a avalanche de aumentos enfrentada pelo setor produtivo.
Graças, sobretudo, ao desempenho mais recente, o frango vivo fecha os primeiros cinco meses de 2022 com um valor médio cerca de 8% superior à média anual de 2021. Mas, em valores reais, novamente, essa média cai para pouco mais de 3%.
Fonte: AviSite