A despeito da queda nas importações daqueles que eram, até recentemente, os dois principais compradores da carne de frango brasileira – China e Arábia Saudita – o volume total destinado aos 10 primeiros integrantes do rol de importadores segue crescente, desempenho que, aliado à revitalização dos preços, se reflete de maneira ainda mais significativa na receita cambial.
No primeiro quadrimestre de 2022 a China reduziu suas compras em quase 3%. Mesmo assim permanece na liderança das importações, respondendo por 13% do volume total e por 14,5% da receita cambial do período.
A Arábia Saudita reduziu suas importações em 45% e, com isso, retrocedeu da 2ª para a 5ª posição. Mas, de certa forma, repete o fenômeno já observado entre Hong Kong e China, ou seja, os sauditas trocaram de posição com os Emirados Árabes Unidos, que saltaram do 5º para o 2º posto. Com isso, o volume total destinado aos dois países no quadrimestre se manteve praticamente estável (aumento anual de menos de meio por cento), enquanto a receita cambial aumentou quase 25%.
(Abrindo parênteses para ilustrar o ocorrido anteriormente entre Hong Kong e China: no início da década passada [2011] ambos ocupavam, respectivamente, a 3ª e a 6ª posições. Hoje se encontram, também respectivamente, na 20ª e na 1ª posições. Entre 2011 e 2021 aumentaram suas importações em quase 40%, mas a participação de ambos no total exportado pelo Brasil não sofreu grande variação – passou de cerca de 14% do total para pouco mais de 16%. É, talvez, o que irá ocorrer entre Arábia Saudita e Emirados Árabes, este último, atualmente, grande distribuidor de alimentos para os demais países do Oriente Médio.)
Mas, voltando ao quadro dos 10 principais importadores, foram – entre os 150 países atendidos pelo Brasil neste ano – os que mais contribuíram para o aumento das exportações do período. Ou seja: registraram incremento de 12% no volume adquirido, enquanto entre os demais 140 o aumento foi de apenas 2,6%.
E – visto que a China reduziu a importação e que o aumento dos Emirados Árabes Unidos (+80%) foi neutralizado pela queda da Arábia Saudita – quem mais atuou para esse aumento foram, principalmente, México (132% de aumento), Filipinas (+63%) e Coreia do Sul (+50%).
Por outro lado, entre os 80% que aumentaram suas compras, a menor contribuição foi dada pelo Japão, cujas importações permanecem em relativa estabilidade (incremento inferior a meio por cento).
Como foi dito acima, no quadrimestre as exportações brasileiras de carnes de frango foram distribuídas entre 150 países. É um número 6,4% superior ao do mesmo período do ano passado, quando 141 países receberam o produto brasileiro.
Fonte: AviSite