A demanda chinesa por carne bovina continua forte apesar de restrições relacionadas à covid, suspensões temporárias de importações de algumas plantas e desafios logísticos, segundo executivos da JBS em teleconferência com analistas na quinta-feira (12).
As exportações de carne bovina brasileira da JBS para a China continuaram aceleradas no primeiro trimestre, apesar da redução de 5% no número de bovinos processados pela companhia no período como resultado das suspensões temporárias de importações de algumas plantas brasileiras.
“A demanda continua bastante forte. Fora a questão logística, não vemos uma queda no interesse, com exceção do suíno”, disse o presidente das operações da JBS na América do Sul, Wesley Batista Filho.
A JBS informou em seu resultado financeiro divulgado na quarta-feira (11) que a Seara registrou desaceleração das exportações de carne suína para a China no primeiro trimestre, impactando a rentabilidade no mercado externo.
A China tem investido para recompor o seu rebanho suíno após vários anos em que a peste suína africana reduziu a produção local.
O presidente das operações da JBS na América do Norte, André Nogueira, disse que os embarques de carne bovina dos Estados Unidos para a China têm enfrentado demora para saída dos portos norte-americanos, mas que a demanda chinesa continua “fortíssima”.
“Do ponto de vista de logística, é muito mais aqui nos EUA, a lentidão dos portos em geral que está nos fazendo trabalhar com um nível de estoque muito maior do que a gente gostaria”, disse Nogueira, ao acrescentar que esta situação mostrou melhora nas últimas semanas.
A unidade de carne bovina da JBS nos EUA registrou uma alta de 6% no volume total exportado para mercados internacionais no primeiro trimestre, em relação ao mesmo período do ano passado, apesar da lentidão dos portos americanos.
“O mercado asiático continua sendo o mais importante para as exportações de carne bovina americana, notadamente a China, que no período aumentou o volume de importações em quase 62%, seguida de Coreia do Sul (+8,2%) e Japão (-7,4%)”, disse a JBS no comunicado de resultados.
No longo prazo, a China deverá continuar sendo uma grande importadora de carne bovina já que o consumo per capita no país ainda é baixo e tende a crescer com o aumento do poder aquisitivo dos chineses, segundo o presidente global da JBS, Gilberto Tomazoni.
Para as carnes suína e de aves, Tomazoni acredita que a China continuará importando cortes para os quais tem mais demanda e exportando outros.
“A gente não pode pensar na China como um grande importador de aves e suínos. Você pode ter uma questão situacional em que ela vai importar mais produtos, mas não estruturalmente”, disse Tomazoni.
Por Anna Flávia Rochas
Fonte: CarneTec Brasil