Em março passado, conforme levantamento mensal da Embrapa Suínos e Aves, o custo de produção do frango atingiu novo recorde. O valor auferido – R$5,77/kg – representou aumento de 1,58% sobre o mês anterior e de 18,72% sobre março de 2022.
Com esta última elevação, o custo médio no primeiro trimestre do ano, também recorde, alcançou a marca dos R$5,65/kg, aumentando 18,35% em relação ao mesmo trimestre de 2021 e nada menos que 82,96% em relação ao trimestre inicial de 2020.
Porém, o que mais chama a atenção é a evolução desse custo em comparação aos valores registrados no período pré-pandêmico, ou seja, ainda em 2019. Em março daquele ano, por exemplo, o custo de produção do frango ficou em R$2,80/kg, isto significando que o custo atual mais do que dobrou, aumentando 106%.
Quase idêntica variação é observada na comparação do primeiro trimestre de 2022 com o mesmo período de 2019, já que o custo médio do período subiu de pouco mais de R$2,80/kg para R$5,65/kg. Variação, portanto, de 101,8%.
O que não escapa é que, nesses mesmos períodos, o preço médio recebido pelo avicultor pelo frango vivo (base: interior de São Paulo) passou de R$2,99/kg para R$5,27/kg. E isto significou incremento de apenas 76,2%.
Notar, pelo gráfico, que no decorrer de 2019 – isto é, antes da pandemia – o custo de produção registrou evolução moderada, como de hábito. Assim, entre janeiro e dezembro daquele ano a variação observada foi de 6%, índice que em 2020 subiu para 44,5%. E isto nada teve a ver com a pandemia e, sim, com o aumento da demanda externa pelo milho e pela soja e pela forte valorização do dólar.
Fonte: AviSite